Economia

Empresas do setor da água devem planear concursos internacionais com antecedência

Notícias de Coimbra | 11 anos atrás em 11-02-2014

O presidente da Parceria Portuguesa para a Água (PPA) Francisco Nunes Correia defendeu hoje que as empresas que operam no setor da água devem planear antecipadamente a sua participação em concursos internacionais e informar-se sobre os instrumentos financeiros disponíveis.

“Um dos problemas das empresas portuguesas é que correm atrás do concurso quando ele abre, quando esse concurso estava a ser preparado há dois ou três anos. É preciso perceber, por um lado a lógica, por outro lado, as agendas que as instituições financeiras [internacionais] estabelecem com estes países. Isso é que permite ter uma visão de médio prazo sobre o que vai acontecer”, assinalou Francisco Nunes Correia, a propósito da apresentação do projeto Água Global.

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O ciclo de seminários Água Global, promovido pela PPA e pela Associação Empresarial de Portugal (AEP), realiza-se em fevereiro e em março e pretende dar a conhecer o potencial do mercado da água na Argélia, Marrocos, Croácia, Sérvia, Polónia, Brasil, Angola e Moçambique, bem como casos de sucesso na internacionalização de empresas do setor.

Segundo o presidente da PPA, “há um conjunto de modalidades que têm de ser planeadas com algum tempo” porque não se trata de apresentar uma candidatura “quando faltam três semanas para o prazo terminar”.

Para serem bem-sucedidas, “as empresas devem preparar consórcios” e perceber se é vantajoso aliarem-se com outras empresas “que possam atingir nichos de mercado onde são particularmente competentes”, aumentando as suas possibilidades de êxito, frisou o antigo ministro do Ambiente de José Sócrates.

Além de estudos de caso, os seminários vão incidir sobre as instituições financeiras internacionais que “fazem mover os mercados de água ao nível mundial”, como o Banco Mundial, o Banco Africano de Desenvolvimento, o Banco Europeu para a Reconstrução e Desenvolvimento, etc.

Outro objetivo é caracterizar melhor o setor português da água, para “perceber como é que as várias entidades se complementam” para acrescentar valor a uma proposta, já que nem todos podem ser porta-aviões.

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“Há empresas que apenas podem aspirar a ir num porta-aviões que é uma outra empresa maior. Conhecer melhor as especificidades de cada um destes mercados e destas instituições financeiras é muito importante para definir estratégias de alianças”, observou o ex-governante.

Nunes Correia apontou, como exemplo, as PME especializadas numa dada tecnologia ou componente, como aparelhos de medição ou análises de água, e que só por si não podem ir a um concurso.

Outro aspeto que vai ser focado nos seminários é a evolução das “grandes tendências e temáticas a que as empresas têm de saber dar resposta no século XXI”, como a universalização do acesso à água, a “governance” ou o impacto das alterações climáticas nos sistemas de abastecimento e tratamento de efluentes.

Os oito mercados-alvo que vão ser abordados foram escolhidos pelo seu “potencial” e correspondem a áreas geográficas onde a presença das empresas portuguesas “já tem alguma tradição”, mas que Nunes Correia acredita que pode ser “consolidada”: países de língua portuguesa (Brasil, Angola e Moçambique), Magrebe (Argélia e Marrocos) e países da expansão europeia que “estão a receber imensos fundos para infraestruturas (Croácia, Sérvia e Polónia).

O primeiro ciclo começa hoje em Coimbra e vai abordar os mercados da água da Argélia e de Marrocos, com passagem por Évora e Guimarães.

O segundo ciclo será dedicado aos mercados da água na Croácia, Sérvia e Polónia, com sessões marcadas em Vila Nova de Gaia, Leiria e Portalegre.

No terceiro ciclo, já em março, será dada uma perspetiva sobre Angola, Brasil e Moçambique.

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