A ARAN – Associação Nacional do Ramo Automóvel alertou hoje para o elevado risco de as empresas de pronto-socorro não poderem prestar assistência em estrada, a veículos acidentados, avariados e imobilizados devido à falta de combustível.
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“É do conhecimento da ARAN que há já várias empresas de pronto-socorro a nível nacional sem acesso a combustível para abastecer a sua frota de reboques, podendo estar na iminência uma paralisação forçada da prestação destes serviços”, alerta a associação, que realça que a paralisação da atividade de pronto-socorro “pode originar fortes constrangimentos na circulação, pondo em causa a segurança rodoviária, de pessoas e bens”.
Neste contexto, em comunicado, “a ARAN exige uma ação imediata por parte do Governo, garantindo que as empresas de pronto-socorro sejam consideradas prioritárias no abastecimento de combustível, atenta a escassez de combustíveis originada pela greve dos motoristas dos transportes de mercadorias perigosas”.
A ARAN recorda que, em 2012, a “Assembleia da República recomendou ao Governo que o pronto-socorro rodoviário fosse considerado como serviço prioritário de interesse público, dada a sua natureza e função de relevante serviço público, o que vem reforçar a urgência de uma ação imediata por parte do Governo”.
Nesse sentido, acrescenta, a ARAN durante o dia de hoje solicitará uma reunião a ser agendada com caráter de urgência com o primeiro-ministro e com o ministro Adjunto e da Economia.
A greve dos motoristas de matérias perigosas, que começou às 00:00 de segunda-feira, foi convocada pelo Sindicato Nacional de Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP), por tempo indeterminado, para reivindicar o reconhecimento da categoria profissional específica.
Na segunda-feira, gerou-se a corrida aos postos de abastecimento de combustíveis, provocando o caos nas vias de trânsito.
A Associação Portuguesa de Empresas Petrolíferas (Apetro) informou hoje que não foi ainda retomado o abastecimento dos postos de combustível, apesar da requisição civil, e que já há marcas “praticamente” com a rede esgotada.
O primeiro-ministro admitiu hoje alargar os serviços mínimos e adiantou que o abastecimento de combustível está “inteiramente assegurado” para aeroportos, forças de segurança e emergência.
Na terça-feira, alegando o não cumprimento dos serviços mínimos decretados, o Governo avançou com a requisição civil, definindo que até quinta-feira os trabalhadores a requisitar devem corresponder “aos que se disponibilizem para assegurar funções em serviços mínimos e, na sua ausência ou insuficiência, os que constem da escala de serviço”.
No final da tarde de terça-feira, o Governo declarou a “situação de alerta” devido à greve, avançando com medidas excecionais para garantir os abastecimentos e, numa reunião durante a noite com a Associação Nacional de Transportadores Públicos Rodoviários de Mercadorias (ANTRAM) e o sindicato, foram definidos os serviços mínimos.
Militares da GNR estão de prevenção em vários pontos do país para que os camiões com combustível possam abastecer e sair dos parques sem afetarem a circulação rodoviária.