Coimbra
Empresas contestam limitações impostas ao retalho não alimentar
A Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição (APED) contestou hoje a limitação de horários para o retalho não alimentar, propondo o aumento do rácio de pessoas por loja e uma autorização para espaços ‘click and collect’.
“A limitação de horários apresentada para o retalho não alimentar, é fator perturbador do bom funcionamento dos espaços comerciais. Concentrar as compras de natal em horários reduzidos, só contribuirá para provocar ajuntamentos de pessoas à porta das lojas, precisamente aquilo que se quer evitar, situação que acontece hoje com o setor do retalho especializado que foi literalmente fustigado desde o inicio da pandemia”, defendeu a APED, numa carta aberta enviada ao primeiro-ministro, António Costa.
Na missiva, a associação defendeu o aumento do rácio de cinco para 10 pessoas por 100 metros quadrados para “dar fluidez” à circulação de clientes, situação que diz ter o acordo da Direção-Geral da Saúde.
Para a APED, a conjugação do rácio de pessoas em loja mais baixo da Europa com a nova limitação horária, neste período, não vai permitir que o retalhe opere de forma sustentada, implicando, assim, “custos incalculáveis” para o emprego e, consequentemente, para o país.
Por outro lado, as empresas de distribuição pedem a autorização do ‘click and collect’, permitindo que os clientes levantem as suas encomendas num ponto de recolha, o que defendem ser uma forma “simples e fácil” de manter as empresas a funcionar, sem pôr em causa a saúde e a segurança.
A associação lembrou também que os espaços comerciais são hoje “lugares seguros”, acrescentando que é fundamental manter o ecossistema a funcionar.
“O setor do retalho tem demonstrando uma enorme capacidade de resiliência e inovação para fazer face às adversidades e para manter os mais de 130.000 postos de trabalho pelos quais é responsável, dando um contributo decisivo à indústria e para que toda a cadeia de valor esteja ativa”, vincou.
O executivo decidiu restringir a circulação por duas semanas entre as 23:00 e as 05:00 de segunda a sexta e entre as 13:00 e as 05:00 ao fim de semana, na sequência da declaração do Estado de Emergência, para mitigar o risco de contágio pela pandemia de covid-19.
Apesar das restrições, estão previstas exceções, por exemplo, para compra de bens essenciais.
A generalidade dos estabelecimentos comerciais encerrará entre as 20:00 e as 23:00, podendo o horário, dentro deste intervalo, ser fixado pelas Câmaras Municipais, mediante parecer da autoridade local de saúde e forças de segurança.
Hoje, em respostas à Lusa, a Jerónimo Martins disse que vai antecipar a abertura da “maioria das suas lojas” Pingo Doce para as 06:30, no fim de semana, devido às limitações de circulação, para evitar a concentração de pessoas durante a manhã.
Também a Sonae MC adiantou à Lusa que, “tal como aconteceu na 1.ª vaga da pandemia”, está a “analisar a situação e a ajustar os horários das lojas Continente a cada concelho, de forma a maximizar a segurança e o conforto” dos clientes.
“Neste momento já antecipámos o horário de abertura de algumas lojas para as 08:00 e estamos também a estender os horários de encerramento”, acrescentou.
A Auchan também está a analisar uma eventual alteração de horário, conforme disse à Lusa fonte da empresa.
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