Coimbra

Empresários da Região de Coimbra defendem mais dois anos para implementação das novas regras de proteção de dados

Notícias de Coimbra | 7 anos atrás em 23-05-2018

Após dois anos da sua publicação no Jornal Oficial da União Europeia, o Regulamento Geral de Proteção de Dados (RGPD) vai entrar em vigor, a partir de dia 25 de maio.

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O Presidente da NERC – Associação Empresarial da Região de Coimbra, Horácio Pina Prata, defende que esse prazo deveria ser prolongado por mais 24 meses, face à falta de legislação nacional referente ao regulamento europeu aprovado pelo Parlamento Europeu e do Conselho, presentes no Jornal Oficial da União Europeia  L 119 de 4 de maio de 2016, uma vez que constitui um dos fatores de maior pressão sobre as empresas.

Horácio Pina Prata defende também uma redução das coimas previstas para as Pequenas e Médias Empresas (PME) que não cumpram a lei.

Este pedido deve-se ao facto de já muitas empresas terem feito chega à associação “as suas dificuldades que estão a sentir em matéria do RGPD, indicando que os elevados custos da sua implementação e o curto prazo de aplicabilidade estão a ser incomportáveis para as PME da Região”.

Outra das preocupações que as empresas têm feito chegar à NERC são as elevadas coimas em caso de incumprimento.

Pina Prata, Presidente da NERC

Tendo em conta que o tecido empresarial nacional é composto por uma maioria de PME, Horácio Pina Prata defende o “prolongamento por mais dois anos  do prazo de adoção das novas regras” à semelhança do que está definido para as entidades públicas, e defende ainda “uma redução das multas para as PME”, em caso de infração do RGPD. Uma vez que o regulamento tem previstas coimas de até 20 milhões de euros ou 4% do volume de negócios anual da companhia para as entidades que não cumpram os requisitos em causa.

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 Horácio Pina Prata reforça ainda que as empresas ou as associações empresariais ainda não receberam orientações e instruções, acerca do novo regime, por parte do Órgão Legislador ou da Comissão Nacional de Proteção de Dados (CNPD), o que está também a dificultar a sua aplicabilidade por parte das empresas, uma vez que a própria leitura do regulamento é dúbia.

A implementação destas novas regras de proteção de dados pelas empresas tem representado uma alteração das organizações, como indica Horácio Pina Prata, indicando que “este regulamento tem alterado o método de trabalho de todos os departamentos e de todos os colaboradores, e que as empresas, em especial as PME estão a ter um esforço sobre-humano para se adequarem a este novo paradigma da proteção de dados, face à escassez de recursos já existentes nestas empresas.”

Neste novo regulamento estão também exigências previstas, a criação do Encarregado de Proteção de Dados, para PME que trabalhem com dados sensíveis, algo que irá surtir um impacto negativo nas empresas com já poucos recursos, acrescenta a NERC.

O aumento do prazo para a sua implementação no caso das PME serviria também como balão de oxigénio para empresas que ainda se encontram a recuperar da crise, uma vez que muitas estão a ser “obrigadas”, por falta de orientações ou indicações.

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