Coimbra
Empreendedores apostam na valorização do lagostim vermelho
Um projeto que aposta na valorização comercial do lagostim vermelho venceu o primeiro prémio do Concurso de Ideias de Negócio “Smart Rural Contest” do Habitat de Inovação Empresarial nos Sectores Estratégicos (HIESE) de Penela, foi hoje anunciado.
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“Vamos aproveitar o prémio [5.000 euros] para constituir uma empresa e prevemos a curto prazo iniciar alguns testes para validar a questão da depuração e segurança alimentar do lagostim”, explicou Fernando Espadilha, bolseiro da Universidade de Aveiro, um dos mentores do projeto, juntamente com o empresário Nuno Simões Dias, de Coimbra.
O jovem investigador, que falava aos jornalistas após a cerimónia de atribuição do prémio, perspetiva que, no final do ano, o projeto arranque com pequenas amostras direcionadas para um nicho de potenciais interessados, sendo depois alargado para uma rede de consumidores.
O projeto Reddish tem como objetivo a depuração e valorização comercial do lagostim vermelho “como estratégia de controlo e erradicação desta espécie invasora em importantes bacias hidrográficas nacionais”.
“O lagostim pode representar um valor acrescentado na restauração, apreciado em países como Espanha e França, bem como por nomes conceituados na cozinha ‘gourmet’ em Portugal”, referem os mentores da ideia.
A sua pouca notoriedade deve-se ao facto de requerer “uma depuração eficiente, no sentido de garantir uma qualidade organolética consistente e de estar livre de agentes que causem dissabores na saúde pública”.
O segundo prémio foi atribuído ao projeto Toal, que pretende transformar subprodutos das indústrias de queijo e hortofrutícola em alimentos saudáveis e nutritivos, mais concretamente em ecobebidas totalmente naturais, sem corantes nem conservantes.
Um projeto de produção do grilo doméstico e do bicho da farinha, designado por BugLife, recorrendo a processos inovadores desenvolvidos tecnologicamente pelos seus promotores, arrecadou o terceiro prémio.
O objetivo é criar insetos que podem ser eficientemente aplicados na alimentação de animais de companhia, na composição de alimentos compostos para animais de produção e sobretudo para aquacultura, onde o seu alto teor proteico e aminoácidos essenciais são extremamente valorizados.
“São projetos que, por si, são extremamente valiosos porque são de facto inovadores, no contexto em que estão, mas acresce esta importância porque estamos num território de baixa densidade que foi afetado pelos incêndios”, salientou Joaquim Macedo de Sousa, diretor do HIESE.
O responsável salienta que qualquer um dos projetos premiados “seria bem-vindo em qualquer incubadora do país ou do mundo, pela sua elevada qualidade”.
O Concurso de Ideias de Negócio “Smart Rural Contest” é organizado pela incubadora do Instituto Pedro Nunes (IPN), com apoio do município de Penela, com o objetivo de tornar o HIESE de Penela num espaço preferencial para o desenvolvimento de ideias e iniciativas empresariais inovadoras associadas ao mundo rural.
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