A estrutura que congrega sindicatos e associações da PSP, GNR, SEF, guardas prisionais, Polícia Marítima e ASAE realiza hoje uma vigília junto à Presidência da República, em Lisboa, para exigir aumentos salariais.
Os elementos das forças e serviços de segurança pretendem com esta vigília em Belém apelar ao Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, para que exerça o seu poder de influência junto do Governo no sentido da alteração dos vencimentos, disse à Lusa o secretário nacional da Comissão Coordenadora Permanente (CCP), César Nogueira.
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A vigília vai acontecer a partir das 14:00 e no final os elementos das forças e serviços de segurança vão entregar um documento na Presidência da República, além de inaugurarem um cartaz com uma mensagem dirigida a Marcelo Rebelo de Sousa.
César Nogueira, que é também presidente da Associação dos Profissionais da Guarda (APG/GNR), afirmou que a questão dos salários é transversal a todas as polícias.
“Não há qualquer aumento há 12 anos, a não ser através das promoções”, precisou.
Em comunicado, as estruturas da CCP consideram que a proposta do Orçamento do Estado para 2023 “não corresponde às expectativas dos profissionais das forças e serviços de segurança, não repõe poder de compra, da mesma forma que não garante o necessário investimento na segurança pública”, esperando que Presidente da República sensibilize o Governo para esta realidade.
A CCP lamenta que o primeiro-ministro tenha recusado um pedido de reunião e que as negociações salariais tenham decorrido “somente com as centrais sindicais e com as federações da função pública, ficando os profissionais das forças e serviços de segurança arredados de qualquer processo negocial”.
A CPP sustenta também que “só as estruturas da GNR e da PSP foram recebidas pelo Ministério da Administração Interna apenas para conhecerem as respetivas alterações remuneratórias, sendo que as restantes não receberam qualquer proposta de aumento que diferencie a sua carreira das carreiras gerais da função pública”.
No entanto, esta estrutura considera que os aumentos salariais apresentados às associações e sindicatos da GNR e da PSP “estão aquém do desejável e não contemplam a revisão dos respetivos sistemas de remunerações, dando continuidade ao processo de perda de poder de compra na generalidade das posições remuneratórias”.
O Ministério da Administração Interna anunciou que os polícias e os guardas nas primeiras posições remuneratórias vão ter, no próximo ano, aumentos que rondam os 100 euros e o restante efetivo terá um aumento de 52 euros, idêntico ao dos trabalhadores da função pública.
Fazem parte da CCP a Associação dos Profissionais da Guarda (APG/GNR), Associação Sindical dos Profissionais da Polícia (ASPP/PSP), Associação Socioprofissional da Polícia Marítima, Sindicato da Carreira de Investigação e Fiscalização do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras, Sindicato Nacional do Corpo da Guarda Prisional e Associação Sindical dos Funcionários da ASAE.