Política
Eleições na Madeira: Paulo Cafôfo falha pela terceira vez vitória nas regionais

Imagem: Facebook
O socialista Paulo Cafôfo voltou no domingo a não conseguir vencer as eleições legislativas da Madeira e acabar com “o reinado” do PSD no arquipélago, que dura desde 1976 e quase sempre com maiorias absolutas.
A candidatar-se pela terceira vez ao Governo da Madeira, Cafôfo conseguiu apenas 22.355 dos votos (15,64%) e oito deputados, ficando em terceiro lugar, atrás do PSD e do JPP. Nas anteriores eleições, em maio de 2024, tinha conseguido os 28.981 votos e 11 parlamentares. Perdeu, assim, 6.626 votos.
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Paulo Alexandre Nascimento Cafôfo, de 53 anos, nasceu em 18 de maio de 1971 na freguesia de Santa Luzia, no concelho do Funchal, e é professor, à semelhança da mãe.
Licenciado em História pela Universidade de Coimbra, lecionou em várias escolas da Madeira, foi dirigente do Sindicato dos Professores da Madeira (SPM), secretário e conselheiro nacional da Federação Nacional dos Professores (Fenprof), e também pertenceu à Associação de Arqueologia e Defesa do Património (ARCHAIS).
A entrada na vida política surgiu nas autárquicas de 2013 quando, como independente, encabeçou a coligação Mudança (PS/BE/PND/MPT/PTP/PAN) na corrida à presidência da Câmara Municipal do Funchal, a principal autarquia da Madeira.
Em 29 de setembro foi eleito, afastando pela primeira vez o PSD da governação do maior município madeirense, no qual os sociais-democratas sempre tinham tido maioria absoluta.
Nas autárquicas seguintes, em 2017, foi reeleito pela coligação Confiança, desta vez composta por PS/BE/JPP/PDR/Nós, Cidadãos!, e manteve-se como responsável pela Câmara do Funchal até 2019, ano em que renunciou ao mandato para se candidatar a presidente do Governo Regional da Madeira, encabeçando a lista do PS.
Falhou o objetivo, mas conseguiu um dos seus melhores resultados eleitorais de sempre do partido ao eleger 19 deputados num universo de 47 lugares do parlamento madeirense.
No ano seguinte, em 25 de julho de 2020, Paulo Cafôfo foi eleito presidente do PS/Madeira, numas eleições sem adversário.
Contudo, os maus resultados nas autárquicas de 2021, com a perda da Câmara do Funchal para o PSD, levaram-no a renunciar ao mandato de deputado no parlamento da Madeira e ao cargo de líder dos socialistas madeirenses.
Acabou por rumar a Lisboa, onde assumiu o cargo de secretário de Estado das Comunidades, que manteve entre 2022 e 2024, no XXIII Governo da República, liderado pelo socialista António Costa.
Entretanto, foi reeleito líder do PS/Madeira e, nas eleições regionais de maio de 2024, voltou a ser o cabeça de lista dos socialistas. Não foi eleito, mas manteve os 11 deputados que tinha.
Casado e pai de dois filhos, Paulo Cafôfo sempre assumiu ser o principal adversário do social-democrata Miguel Albuquerque na corrida à presidência do Governo Regional e regressou agora para se candidatar pela terceira vez, afirmando estar “pronto” para liderar uma alternativa na região autónoma, o que não conseguiu.
No domingo, assumiu “a derrota por este resultado” com “a cabeça erguida”.
“Esta derrota é minha responsabilidade. Fiz o melhor que pude. Fiz o melhor que sabia, como sempre o fiz durante toda a minha vida, entreguei-me a estas eleições com toda a garra, toda a paixão e todo o querer”, adiantou.
Depois das autárquicas deste ano, acrescentou, vai “abrir um processo para a liderança” da estrutura partidária, mas, até lá, irá “liderar o partido”.
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