Coimbra
É uma sanita? É um preservativo? Não. É a “nova” imagem da Universidade de Coimbra
“Nova” identidade visual da Universidade de Coimbra é contestada no seio da instituição e nas redes sociais.
Notícias de Coimbra teve acesso à acta de uma reunião do senado em que o Reitor da Universidade de Coimbra concluiu que o “entendimento do Senado como sendo favorável a esta linha de alteração”.
João Silva “explicou” que a alteração da identidade visual é motivada pela presença internacional da UC.
O Reitor “detalhou que a insígnia actual, que de resto se mantém, é de muito difícil reconhecimento no exterior pretendendo-se a explicitação da palavra Coimbra”.
Silva reforçou mesmo “que se percebe, nos exemplos apresentados, que constitui o desafio contínuo da UC, tendo-se mantido a tipografia e destacada a palavra “Coimbra”, a par com a conjugação de ligadura, estilo medieval, das letras “D” e “E”.
O Reitor da Universidade de Coimbra “avaliou o conjunto de variações apresentadas como estando muito interessantes”
Nessa mesma reunião, o designer António Barros também “explicou que não disponibilizou uma memória descritiva para evitar um enviesamento por ancoragem de interpretações”.
Apesar disso, António Barros apresentou “imagens ilustrativas” e garante que a identidade trabalhada contracena com a identidade identidade da insígnia e anacrónimo da UC.
Percebe-se que o “velho” selo continuaria a ser usada em conjunto com o “novo” logótipo, mas já os vimos “sozinhos” e “acompanhados” em espaços de divulgação da Universidade de Coimbra.
O diretor António Olaio concordou com a proposta que classificou de útil, pragmática e moderna, tendo desde logo dito que “hesitou ainda aceitação global, antecipando que será uma questão de hábito”. Concluiu que “será interessante assumir-se a ausência ou a evolução da marca no tempo.
Dani Silva, “representante dos alunos” neste órgão consultivo da Universidade de Coimbra não gostou do novo símbolo, “nomeadamente, a introdução da barra e do “U”, particularmente da sua forma”, que “não reúne consenso” entre os estudantes.
O “U” também não é bem visto por universitários que comparam a “nova identidade visual” a bens úteis como uma sanita ou um preservativo.
Na ata do Senado pode ler-se que foram “apresentadas diversas conotações possíveis que”, como sublinhou António Barros, convocam à vida quotidiana da UC”.
Outros olham para “U” como uma tentativa de “americanização” da Universidade de Coimbra, pois, na sua douta opinião, o novo símbolo remete para o imaginário das escolas americanas.
Nessa reunião do Senado, António Gomes Ferreira, Director da Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade de Coimbra, considerou que a relação com o velho e o novo é feliz, mas alertou “para a importância da adequabilidade da nova marca às faculdades”.
Quase um ano após a aprovação desta “mudança” e apesar do Reitor ter garantido que as adequação estava garantida, constatamos que Universidade e as suas 8 faculdades ainda não adotaram uma política comum de implementação da “nova identidade”, vendo-se “variações para “todos os gostos e feitios.
Os vice-reitores Amílcar Falcão e Joaquim Ramos aprovam o logótipo, mas pedem cuidados com as “questões práticas” relacionadas com as “variações”, “alinhamento” ou “consistência”, mas João Silva garante que o “objeto apresentado” nesse já longínquo mês de janeiro de 2018 “permite muitas variações incluindo a edição em pequena escala e que a palavra Coimbra continuará a ler-se bem”.
Notícias de Coimbra fez uma pesquisa na base de dados do Instituto Nacional de Propriedade Industrial, tendo constatado que a nova marca não se encontra registada.
Já não é a primeira vez que a Universidade de Coimbra se “esquece” de proteger o seu património.
Os Estatutos da Universidade de Coimbra dizem que são seus símbolos “o selo, a bandeira e o hino”.
O selo da Universidade e a insígnia -monograma que o complementa podem ainda ser acompanhados pelo elemento nominativo UNIVERSIDADE DE COIMBRA, constituindo o logótipo.
O Reitor deve manter actualizado um Manual de Normas Gráficas e Identidade Visual da Universidade, que poderá incluir outras marcas de unidades ou serviços cuja actividade específica o justifique.
Fontes contactadas por Notícias de Coimbra admitem que a importante mudança discutida no Senado (órgão consultivo) devia ter sido aprovada pelo Conselho Geral da Universidade de Coimbra (órgão deliberativo).
O Conselho Geral integra 35 membros: representantes dos professores e investigadores, estudantes e trabalhadores não docentes e não investigadores da Universidade de Coimbra, bem como personalidades de reconhecido mérito externas à instituição.
Das competências do Conselho Geral destacam-se a eleição do Reitor (e, em situação de gravidade para a vida da Universidade, a sua substituição, suspensão ou destituição), a apreciação dos atos do Reitor e do Conselho de Gestão, a proposta das iniciativas que considere necessárias ao bom funcionamento da Universidade e a aprovação das alterações aos Estatutos da Universidade, ouvido o Senado.
O Senado é um órgão de natureza consultiva que coadjuva o Reitor na gestão da Universidade de Coimbra, em especial no que se refere à coordenação das actividades de investigação científica, de oferta educativa, de desenvolvimento e inovação, à gestão da qualidade, à mobilidade de professores e estudantes no seio da Universidade, às relações internacionais e à gestão dos recursos financeiros e dos espaços pertencentes à Universidade.
São membros do Senado: O Reitor, que preside; Os Directores de todas as unidades orgânicas;Um estudante por cada unidade orgânica de ensino e investigação; Dois representantes do pessoal técnico.
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