Saúde
É um médico reformado? Andam à sua procura!
O presidente da Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos (SRCOM), Carlos Cortes, elogia o regresso dos médicos reformados ao Serviço Nacional de Saúde, caso avance a medida preconizada pela tutela, mas não deixa de alertar para a existência dos “cuidados de saúde primários a duas velocidades”.
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Nos próximos dois anos, já estarão formados mais de 140 médicos especialistas em Medicina Geral e Familiar na Região Centro (dos 300 em formação neste momento, 72 no último ano da especialidade), o que, previsivelmente, “dará para suprir as necessidades e colmatar a falta de recursos humanos”, considera Carlos Cortes.
Acrescenta: “Em dois anos, as necessidades serão supridas. Até que a falta de médicos de família seja resolvida, esta medida em estudo pelo Ministério da Saúde e pelo Ministério das Finanças é bem vinda para tentar aumentar o número de médicos reformados que aceitem regressar ao trabalho.
“Mas a medida deverá ter uma abordagem transitória”, uma vez que, preconiza Carlos Cortes, “nos próximos anos são necessários incentivos à fixação dos recém-especialistas” em zonas mais carenciadas. Neste momento, “faltam oitenta médicos e os profissionais que estão reformados podem ajudar a solucionar o problema para que todos os utentes tenham um médico de família”.
Na opinião do presidente da SRCOM, urge lembrar que, atualmente, “nos cuidados de saúde primários, há graves problemas, para além da falta de médicos, designadamente a falta de condições nos centros de saúde”.
Carlos Cortes reporta-se, em concreto, à falta de material técnico e fármacos, bem como às infraestruturas degradadas “indignas dos padrões dos países desenvolvidos”. “Também estas falhas causam desmotivação nos profissionais de saúde”, acentua.
De acordo com Carlos Cortes, também não se pode escamotear o investimento desigual entre as Unidades de Saúde Familiar e as Unidades de Cuidados de Saúde Personalizados. “Os profissionais de saúde e os utentes merecem ter as mesmas oportunidades. É inaceitável ter um serviço público de cuidados de saúde primários a duas velociadades”, conclui.
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