O delegado sindical João Soares explicou segunda-feira a razão que leva os trabalhadores dos Serviços Municipalizados de Transportes Urbanos de Coimbra (SMTUC) a manterem a greve neste mês durante 3 dias.
Ao intervir no período reservado ao público, o sindicalista e funcionário da empresa municipal lembrou
que o presidente não está a cumprir “uma promessa eleitoral feita em dia 1 de junho de 2021, aqui nesta praça, em frente aos Paços do Concelho”.
“Utilizou o verbo haver e não o verbo ter. No campo semântico, quando um candidato à Presidência de Câmara se vem juntar a um plenário de trabalhadores que estão a reclamar melhores condições e diz, esse candidato, que há soluções, e o que é preciso, porque a vossa luta é justa, é mudar a Câmara de Coimbra. (…) Isto é uma promessa, não pode ser entendido de outra maneira”, disse.
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Sobre o pedido para levantar a greve feito na passada sexta-feira, João Soares reconheceu que tal significa um baixar de braços por parte do presidente José Manuel Silva em relação à luta dos trabalhadores.
“Aquilo que os motoristas precisam é da aplicação do subsídio de penosidade e insalubridade. Isso requer coragem política. Precisamos de um executivo corajoso para resolver os problemas dos SMTUC e do município que está a ser prejudicado”, frisou.
O presidente José Manuel Silva disse que partilha “das mesmas preocupações, ou seja, falta de motoristas e mecânicos nos SMTUC, pelas razões que conhecemos e que são os baixos salários dos assistentes operacionais, aplicados a técnicos altamente diferenciados, por força da lei de 2008 de um governo socialista”.
Sobre a reunião com o Governo, a questão ficou adiada devido à saída do secretário de Estado da Administração Pública e entrada de novo titular que, no pouco tempo em que está no cargo, já mostrou abertura para vir a Coimbra reunir.
“Relativamente à questão do suplemento de pelosidade e insalubridade, se nós o pudéssemos aplicar, já o estávamos a aplicar, até porque se nós estamos a lutar por um outro suplemento que se possa legalmente aplicar aos agentes únicos, obviamente, para mim, o nome do suplemento é indiferente”, frisou o autarca.
Dessa forma vão questionar a Inspeção-Geral das Finanças (IGF) sobre a possibilidade de ser feito o pagamento do subsídio de insalubridade e penosidade como está a ser realizado noutras autarquias.
“Só não aplicamos esse subsídio, porque legalmente nos dizem que não podemos”, disse defendendo a empresarialização dos serviços pois “não queremos resolver só o problema dos motoristas, queremos resolver o problema de todos”.
Usaram ainda da palavra os vereadores Francisco Queirós (CDU) e Regina Bento (PS), os quais voltaram a lembrar a “promessa” do atual presidente da câmara.
No final da intervenção, e antes de se levantar, o delegado sindical João Soares garantiu que “a luta está marcada e as greves continuarão, lamentavelmente”.
Veja o Direto NDC com a discussão ocorrida na reunião de câmara
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