Desporto

“É incrível a evolução de Portugal como país do surf” diz antigo vencedor da etapa da Figueira da Foz

Notícias de Coimbra com Lusa | 9 meses atrás em 18-02-2024

Rob Machado, nascido na Austrália há 50 anos, que participa hoje no Capítulo Perfeito, em Carcavelos, destacou a evolução do surf em Portugal desde o ano 2000, quando venceu a prova do circuito mundial na Figueira da Foz.

“Já há muito tempo que não vinha a Portugal. Em 2000, foi a última vez que estive aqui a competir. Foi bom voltar e ver a evolução de Portugal como país do surf”, afirmou em entrevista à agência Lusa o surfista criado na Califórnia, nos Estados Unidos, que competiu na elite mundial entre 1993 e 2001.

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Rob Machado, que há cerca de um mês esteve em Portugal de férias com a família, aproveitando para surfar as ondas de Cascais e da Ericeira, reforçou que está impressionado com a forma como a modalidade se desenvolveu nos últimos anos.

“É realmente incrível, ver estas cidades do surf, como também é Peniche, e o quanto o surf tem sido recebido e respeitado como desporto no país. É lindo”, assinalou um dos ícones do surf mundial, que está apurado para as meias-finais do Capítulo Perfeito.

Questionado sobre as ondas gigantes da Nazaré, Rob Machado revelou que ainda não teve oportunidade de ver o ‘canhão’, admitindo que não é um objetivo seu surfar na Praia do Norte num dia de grande ondulação, mas que gostava de ir ao mar num dia de ondas perfeitas.

“A Nazaré é o único lugar onde nunca estive. Obviamente, vi muitas fotos e filmagens, mas nunca fui ver pessoalmente. Mas parece ser incrível com as falésias e as ondas enormes, e um dia quero ir lá. Não é a minha praia [surfar ondas gigantes], mas num dias de ondas perfeitas gostava de experimentar”, reconheceu.

Sobre a sua participação no Capítulo Perfeito, o surfista que sempre competiu sob a bandeira norte-americana realçou que é algo diferente, sobretudo, por estar afastado há vários anos das provas profissionais.

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“Bem, esta é uma oportunidade única para mim, porque é muito incomum para mim competir ultimamente em provas de surf. Por isso, este é um evento muito especial para surfar com os mais novos e voltar a vestir a lycra. Espero encontrar boas ondas”, vincou.

Sobre a introdução do surf como modalidade olímpica, em Tóquio2020, Rob Machado ‘aplaudiu’ a decisão, mas apontou para “alguns desafios”.

“É muito bom que o surf seja reconhecido como desporto olímpico. Mas, como vimos no Japão, as condições não eram as melhores. Este ano, na Polinésia Francesa [onde vai ser disputado o surf dos Jogos Paris2024], é como se fosse o grande ano e toda a gente está animada. Espero que haja condições incríveis. Depois, os próximos Jogos são em Los Angeles, por isso, a prova pode ser em Huntington Beach, na Califórnia. A questão é o que acontecerá quando o país organizador não disponha de condições naturais”, advertiu.

Para o atleta, as piscinas de ondas, cada vez mais populares em todo o mundo, podem resolver a questão.

“A beleza do surf é a sua dependência da ‘mãe natureza’. Para os Jogos Olímpicos, o recurso a piscinas de ondas até faz mais sentido, porque é algo que se pode produzir e controlar. Podes construir uma piscina, e ela está lá, e é só ligar o botão e as ondas vêm. E isso resolve os problemas todos, ainda que não seja tão emocionante como enfrentar as condições do mar”, salientou Rob Machado.

Segundo o surfista, “parte da experiência do surf é encontrar as ondas, e cada onda é diferente”, por isso, numa piscina, em que cada onda é igual à anterior e à seguinte, “perde-se alguma coisa”.

Quanto às origens do seu apelido Machado, Rob revelou acreditar que “seja originário da Portugal”, mas confessando que não tem a certeza absoluta.

“Eu nasci na Austrália. Mas o lado paterno da família tem história no sul da Califórnia, e remonta muito antes de sermos a Califórnia. Eles foram os primeiros colonos do México que foram para a Califórnia. Acho que, talvez, antes disso eles eram originários de Portugal”, concluiu.

As meias-finais do Capítulo Perfeito vão decorrer ainda hoje. Os semifinalistas ficaram apurados durante a manhã, com o brasileiro Bruno Santos (antigo vencedor), Rob Machado, Salvador Vala (16 anos) e o norte-americano Dylan Graves na primeira bateria, e Tiago Stock (18 anos), Balaram Stack (Estados Unidos), Nathan Edge (Austrália) e Lucas Chianca – que venceu recentemente a prova da Liga Mundial de Surf (WSL) nas ondas gigantes da Nazaré – a comporem a segunda.

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