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Dona do Continente rejeita “em absoluto” acusação de concertação de preços da Autoridade da Concorrência

Notícias de Coimbra | 4 anos atrás em 09-12-2020

A Sonae MC, que detém a Modelo Continente, rejeita “em absoluto a participação no acordo ou prática de concertação de preços”, depois de uma acusação hoje revelada pela Autoridade da Concorrência (AdC).

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“Estamos cientes das nossas obrigações legais e rejeitamos em absoluto a participação no acordo ou prática de concertação de preços com qualquer outro operador económico”, referiu a empresa, em comunicado.

“A Autoridade da Concorrência acusou os três grupos de distribuição alimentar Modelo Continente, Pingo Doce e Auchan e o fornecedor de produtos de cosmética e higiene pessoal Beiersdorf, de práticas equivalentes a cartel”, lê-se num comunicado da AdC que adianta que a nota de licitude (acusação), hoje divulgada, foi adotada no dia 02 de dezembro.

Em reação a este anúncio, a Sonae MC considera “profundamente censurável que a AdC venha, uma vez mais, publicitar estas acusações sem assegurar o prévio conhecimento do conteúdo das mesmas, pelas partes envolvidas”, lamentando que se “coloque em causa o bom nome e a reputação da Sonae MC e da sociedade por si participada sem garantir previamente o direito de defesa, uma vez que a acusação representa apenas uma fase provisória, ainda sujeita ao exercício do direito de defesa das partes envolvidas”.

O grupo indica ainda que a “acusação será analisada e, em momento e lugar próprio”, utilizará todos os meios ao seu alcance, para a salvaguarda dos seus “direitos, reputação, valores e integridade”.

“Reiteramos o nosso compromisso de conduzir a nossa atividade no estrito cumprimento da lei, concretamente no que concerne a regras em matéria de concorrência. A Sonae MC e a sua participada são entidades idóneas, com um papel relevante, num mercado notoriamente competitivo, garantindo, hoje e sempre, uma oferta de produtos e serviços de qualidade, aos melhores preços, para os seus clientes”, rematou o grupo.

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No comunicado hoje divulgado, a AdC deu conta da investigação que concluiu pela existência de indícios de que os três grupos da grande distribuição “utilizaram o relacionamento comercial” com o Beiersdorf, fornecedor de produtos das marcas Nívea, Hansaplast, Labello ou Harmony, entre outras, para “alinharem preços de venda ao público” dos principais produtos, “em prejuízo dos consumidores”.

Além dos três grupos da grande distribuição, a acusação recai também sobre o fornecedor Beiersdorf, com a AdC a precisar que os comportamentos investigados “duraram vários anos”, tendo sido praticados entre 2008 e 2017.

Caso venha a confirmar-se, a conduta em causa é “muito grave”, refere a Autoridade da Concorrência, assinalando tratar-se de uma prática equivalente a um cartel em que os distribuidores não comunicam entre si, como sucede habitualmente num cartel, recorrendo antes a “contactos bilaterais com o fornecedor” para “promover ou garantir, através deste, que todos praticam o mesmo preço de venda ao público”.

Em causa está uma prática que, na terminologia de concorrência é designada por ‘hub-and-spoke’, a qual, acentua a AdC, “prejudica os consumidores”.

A acusação hoje conhecida segue-se a uma outra, de 24 de novembro, em que a AdC acusou os mesmos três grupos de grande distribuição de prática idêntica com a Active Brands, fornecedor de vinhos e bebidas brancas das marcas Licor Beirão e Porto Velhotes.

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