Empresas
Dona da Zara garante que vai continuar a aposta nos fornecedores portugueses
O futuro presidente executivo do grupo espanhol Inditex, líder mundial de venda de roupa a retalho, Óscar García Maceiras, garantiu hoje que a empresa galega vai “continuar a apostar” nos fornecedores portugueses, por razões “históricas” e de “proximidade”.
“A produção de proximidade é chave e vamos continuar a confiar neles [fornecedores portugueses], também por razões históricas e pelo carinho que temos”, disse, na apresentação dos resultados de 2021, Óscar García Maceiras, que em 01 de abril substitui Pablo Isla como presidente executivo da empresa dona de marcas como Zara e Massimo Dutti.
O responsável acredita que os preços finais da roupa que a empresa vende “vão continuar estáveis”, eventualmente “com ajustes”, mas sem “impactos imediatos” significativos devido ao aumento dos preços da energia provocado pela invasão da Rússia à Ucrânia.
A Inditex estima um aumento dos preços da roupa que vende em média de 5% a nível mundial e de 2% em países como Espanha e Portugal na próxima época.
Também presente na conferência de imprensa, o ainda presidente executivo, Pablo Isla, desvalorizou o impacto do fecho das 500 lojas que a Inditex tem na Rússia, assegurando que os Estados Unidos da América passaram a ser o segundo maior mercado dos produtos da empresa, depois da Espanha.
Em relação à Rússia, García Maceiras estima que a suspensão seja temporária e que o seu objetivo é retomar as operações naquele país “logo que a situação o permita”: “Estamos a acompanhar de perto a situação e vamos avaliar o que fazer”, acrescentou.
A Inditex emprega na Rússia mais de 9.000 pessoas e no encerramento do exercício financeiro tinha 85 lojas na Ucrânia.
A Europa, sem Espanha, contribuiu com 48,4% das vendas para o grupo e os Estados Unidos da América registaram um aumento de quatro pontos para 17,5%.
Por marcas, Zara e Zara Home faturaram em todo o mundo mais 39%, Pull & Bear 32%, Massimo Dutti cresceu 30%, Bershka 23%, Stradivarius 42% e Oysho 15%.
A multinacional, que se define como “uma das maiores empresas de distribuição de moda do mundo”, foi fundada em 1963 como uma pequena empresa sediada na província espanhola de La Coruña e tem agora uma presença em quase uma centena de países.
O grupo Inditex teve um lucro de 3.243 milhões de euros no seu exercício fiscal de 2021, que fechou no final de janeiro, mais 193% do que o obtido em 2020.
A multinacional galega informou hoje o mercado que as vendas aumentaram em 36%, para 27.716 milhões de euros, em 2021, o ano a seguir ao início da pandemia de covid-19, em que muitas lojas estiveram fechadas durante vários meses.
Os lucros antes de impostos, juros, amortizações e depreciações (Ebitda) atingiram os 7.183 milhões de euros, um aumento de 57,8%, enquanto o número de empregados era de 165.042 em todo o mundo no final de janeiro, em comparação com 144.116 um ano antes.
Durante o exercício de 01 de fevereiro de 2021 a 31 de janeiro de 2022 a empresa aumentou as vendas ‘online’ em 14%, para 7,5 mil milhões de euros, depois de no exercício anterior, o de 2020, ter tido um aumento de 77%.
O Conselho de Administração vai solicitar aos acionistas da empresa que aprovem um dividendo de 0,93 euros por ação, um crescimento de 33% em relação a 2020, composto por um dividendo ordinário de 0,63 euros por ação e um dividendo extraordinário de 0,30 euros.
A direção da maior empresa espanhola em termos de capitalização na bolsa também avançou com a proposta de um dividendo extraordinário de 0,40 euros por ação para 2022, a pagar em 2023.
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