Tribunais

Dois dos GNR julgados apelidam de “brincadeira parva” agressões a imigrantes

Notícias de Coimbra com Lusa | 2 anos atrás em 30-11-2022

Dois dos sete militares da GNR acusados de sequestro e agressão a imigrantes em Odemira alegaram hoje no início do julgamento, em Beja, que participaram numa “brincadeira parva” em que não tinham intenção de “fazer mal”.

Nelson Lima e Diogo Ribeiro foram os únicos que aceitaram prestar declarações ao coletivo de juízes do Tribunal de Beja que está a julgar o caso, depois da identificação dos arguidos e de um resumo dos factos que lhes são imputados.

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“Foi uma brincadeira parva e estúpida”, justificou o militar da GNR Nelson Lima, o primeiro a falar, dos dois que aceitaram prestar declarações, vincando que não encarou a situação “com maldade”.

Também Diogo Ribeiro, o outro militar ouvido pelo coletivo, utilizou a expressão de “brincadeira parva” para se referir a um dos casos de agressões em que reconheceu ter uma régua para atingir as vítimas.

“Não era intenção fazer mal”, argumentou, salientando que o objetivo desse episódio era a realização de “exercícios” físicos por parte de imigrantes.

“Se quisesse fazer mal, tinha ido buscar um bastão”, acrescentou.

O Tribunal de Beja começou hoje a julgar sete militares da GNR acusados pelo Ministério Público (MP) de um total de 33 crimes contra imigrantes em Odemira, como sequestro e agressão, em casos ocorridos em 2018 e 2019.

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Segundo a acusação do MP, o processo envolve quatro casos de sequestro e agressão de imigrantes por militares da GNR, então colocados no Posto Territorial de Vila Nova de Milfontes, em Odemira (Beja), ocorridos entre setembro de 2018 e março de 2019.

No despacho de acusação, de 10 de novembro de 2021, o MP referiu que os arguidos, “agiram em manifesto ódio” pelas vítimas, “claramente dirigido” às nacionalidades dos imigrantes, da região do Indostão.

 

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