Cidade
Dois candidatos disputam liderança da Associação Académica de Coimbra
As eleições para a presidência da Associação Académica de Coimbra, que decorrem na quinta-feira, contam com dois candidatos, um dos quais um atual vice-presidente e outro que procura romper com a postura da atual direção.
Diogo Vale, estudante de 23 anos de Medicina, natural de Aveiro, e João Assunção, estudante de 24 anos de Direito e natural de Coimbra, são os dois possíveis sucessores de Daniel Azenha na liderança da direção-geral da Associação Académica de Coimbra (AAC), que cumpriu dois mandatos.
Diogo Vale lidera a lista F (Outro Futuro para a Académica), e procura romper com a postura “pouco reivindicativa” dos últimos anos da AAC, enquanto João Assunção, vice-presidente da atual direção-geral, encabeça a lista G (Académica de Gerações) e afirma que a sua candidatura não é de continuidade, “nem de rutura”.
“Criámos esta lista porque entendemos que a atual direção-geral e a assembleia magna estão bastante afastadas dos estudantes e, sobretudo, evitam dar voz aos seus problemas. A Associação Académica tem um legado histórico de luta, que tem estado cada vez mais apagado”, afirmou à agência Lusa Diogo Vale.
João Assunção, por outro lado, considera que a AAC não deve trabalhar apenas as reivindicações na área do ensino superior, mas ter também uma voz em “temas emergentes da sociedade civil portuguesa”, como a igualdade social, a política ambiental e a defesa dos valores democráticos.
“A Académica tem-se restringido de forma gravosa para aquilo que era a imagem de marca da academia. Eu quero resgatar a discussão de temas da sociedade civil que possam não ter nada a ver com o ensino superior, temas que têm um impacto na nossa geração, mas também nas futuras”, asseverou.
Para Diogo Vale, as últimas direções-gerais têm tido “muito pouca intervenção”, questionando o porquê de não saírem para a rua para “defender um maior financiamento para o ensino superior ou mais e melhores residências”.
“Os estudantes não participam nas assembleias magnas, há taxas de abstenção absurdas em qualquer eleição da Associação Académica”, disse, defendendo um maior peso para as magnas, que estão transformadas numa “burocracia para apresentar relatórios de contas e não um espaço onde a sua voz é ouvida”.
Relativamente aos impactos da pandemia na academia, João Assunção considera que é necessário ter atenção a um possível “aumento substancial do abandono escolar fruto da quebra de rendimentos e do aumento do desemprego”, referindo que só estará “descansado quando nenhum estudante abandone o ensino superior por motivos do foro socioeconómico”.
Já o candidato da lista F considera que, num contexto de pandemia, é fundamental assumir “uma postura reivindicativa” para aumentar a ação social direta e indireta, problemas que considera que não têm sido abordados pelas anteriores direções e que se tornam ainda mais prementes nesta altura.
A lista G defende ainda como uma das prioridades uma ligação mais forte da comunidade estudantil à cidade e também aos antigos estudantes, para que a sua ligação à Universidade “se efetive”, afirmou João Assunção.
Ao todo, estão inscritos para as eleições cerca de 22 mil eleitores que poderão votar nas 25 urnas espalhadas pelos departamentos da Universidade de Coimbra, na quinta-feira, entre as 10:00 e as 19:00.
Na segunda-feira, decorreu o voto antecipado no edifício da AAC, tendo votado cerca de 400 estudantes.
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