Coimbra
Doença impede valter hugo mãe de apresentar A Desumanização
A Porto Editora anunciou hoje à Lusa que a série de apresentações do romance “A Desumanização”, de Valter Hugo Mãe, que começava hoje à noite em Coimbra, foi cancelada, “por problemas de saúde” do escritor.
Estão assim canceladas as sessões previstas para hoje, às 21:30, em Coimbra, na Galeria Santa Clara, na quinta-feira, às 18:30, em Lisboa, na FNAC Chiado, na sexta-feira, às 21:30, no Auditório Municipal da Póvoa de Varzim, e as duas agendadas para sábado, às 17:00, na FNAC do NorteShopping, em Matosinhos, e às 21:00, na FNAC GaiaShopping, em Vila Nova de Gaia.
Sobre o romance, em declarações à Lusa, quando do seu lançamento no mercado, Valter Hugo Mãe afirmou que esta é uma história “pensada na Islândia e para a mundividência islandesa”.
Valter Hugo Mãe deslocou-se várias vezes à Islândia, território que sempre o impressionou “pela dimensão de uma certa fantasia tremenda, [onde] há um ‘tremendismo’ ligado a uma ideia de pureza, ou de mundo que começa, porque é tão recôndito que tudo parece ainda antigo, antes do homem”.
“Eu sabia que havia de lá encontrar um livro”, declarou.
Referindo-se ao romance “A Desumanização”, Hugo Mãe afirmou que decidiu “escrever um livro com uma trama islandesa, uma história pensada na Islândia e para a mundividência islandesa”.
“Este desafio passa muito por retirar-me as referências do costume, ou seja, colocar-me um pouco em perigo, ao propor-me pensar numa história sem utilizar os vícios de sempre, as muletas que são próprias da nossa cultura”, afirmou.
“A Desumanização” é “um livro profundamente feminino”, em que a protagonista e narradora é uma menina entre os 11 e os 14 anos, chamada Halldora, a quem morre a irmã gémea.
“Podemos dizer que a Islândia funciona como símbolo da solidão e a morte da irmã gémea como símbolo da solidão extrema”, disse à Lusa o escritor.
Valter Hugo Mãe nasceu há 42 anos em Angola na antiga Vila Henrique de Carvalho, atual Saurimo. Estreou-se literariamente em 1996 com o livro de poesia “silencioso corpo de fuga”, editado em 1996.
Publicou vários livros de poesia e, em 2004, estreou-se no romance com a obra “o nosso reino”. Em 2007, venceu o Prémio Saramago com “O remorso de Baltazar Serapião”, editado em 2006 na Quasi, editora por si fundada, com Jorge Reis-Sá, em 1999.
Em 2008, editou o romance “o apocalipse dos trabalhadores”, a que se seguiu “a máquina de fazer espanhóis”, em 2010, e, em 2011, “o filho de mil homens”, ao qual sucedeu “A Desumanização”.
Valter Hugo Mãe é também autor de quatro títulos para a infância e juventude e de antologias de poesia. Em 2001, codirigiu a revista Apeadeiro.
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