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DGS desvaloriza estudos “em cima do acontecimento” sobre vacina da BCG

Notícias de Coimbra | 5 anos atrás em 15-04-2020

O subdiretor-geral da Saúde, Diogo Cruz, desvalorizou hoje ensaios e estudos sobre a covid-19 feitos “em cima do acontecimento”, nomeadamente um que sugere menor mortalidade pela pandemia em países que têm vacinação contra a tuberculose.

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“Têm saído inúmeros ensaios de inúmeras situações com uma robustez que não é a desejável, porque estamos a tentar fazer ensaios em cima do acontecimento”, afirmou Diogo Cruz na conferência de imprensa de acompanhamento da pandemia em Portugal.

Questionado sobre um estudo divulgado na semana passada na Índia que aponta para uma taxa de mortalidade por covid-19 superior em países onde não é aplicada a vacina da BCG, Diogo Cruz afirmou que se está a falar de “ensaios que comparam países: os que têm vacinação versus os que não têm”.

“Parece-me relativamente redutor podermos tirar conclusões deste tipo de comparações, uma vez que os países adotaram estratégias diferentes de combate”, afirmou, considerando que não se podem tirar garantias de maior ou menor imunidade das populações a partir desses estudos.

Para serem fiáveis, os estudos e ensaios devem ser “randomizados, controlados, duplamente cegos”, considerou.

“Temos estado a acompanhar isso, é um tema que nos interessa particularmente. Tanto quanto sabemos vai haver alguns países, salvo erro a Austrália, que ia iniciar um ensaio bem conduzido para chegarmos a uma conclusão sobre o assunto”, afirmou, considerando que é precisa “evidência (prova) científica robusta”.

A nível global, a pandemia de covid-19 já provocou quase 127 mil mortos e infetou mais de dois milhões de pessoas em 193 países e territórios. Mais de 428 mil doentes foram considerados curados.

Em Portugal, morreram 599 pessoas das 18.091 registadas como infetadas pelo novo coronavírus que provoca a doença covid-19.

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