Parte do grupo de migrantes indocumentados que desembarcou no Algarve em setembro fugiu esta madrugada do quartel do exército de Tavira, onde aguardavam pelo seu afastamento do país, disse fonte do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF).
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Em causa estão, segundo o SEF, 17 dos 28 elementos do grupo que desembarcou na ilha Deserta, em Faro, e que foi depois, por ordem judicial, colocado à guarda do SEF até ao seu afastamento de Portugal por entrada irregular no país.
O grupo incluía também três mulheres, uma delas grávida, e um menor, mas apenas os 24 homens do grupo se encontravam no quartel do destacamento de Tavira do Regimento de Infantaria n.º 1 do exército, adiantou o SEF em comunicado.
“O Serviço de Estrangeiros e Fronteiras confirma a fuga, esta madrugada, de 17 dos 24 cidadãos estrangeiros instalados no Quartel do Regimento de Infantaria nº 1 do Destacamento de Tavira, onde se encontravam a fazer a quarentena profilática, depois de dois deles terem acusado positivo à covid-19”, lê-se na nota.
A mesma fonte acrescentou que as “autoridades policiais já localizaram dois cidadãos, tendo um sido transportado para o Hospital de Faro, depois de se ter ferido num pé durante a fuga, e outro encontra-se nas instalações da PSP de Tavira”.
Além dos 24 homens instalados no quartel de Tavira, as três mulheres que integravam o grupo “foram instaladas na Unidade Habitacional de Santo António, no Porto”, enquanto o “menor foi entregue ao Tribunal de Família e Menores de Faro”, esclareceu ainda o SEF.
“Foram já acionados no terreno todos os mecanismos necessários para localizar os cidadãos em causa, em articulação com os restantes órgãos de polícia criminal nacionais e espanhóis”, referiu ainda o serviço que tutela a permanência de estrangeiros em Portugal.
Os migrantes oriundos do Norte de África foram intercetados na ilha Deserta a 16 de setembro e foram depois ouvidos no Tribunal Judicial de Faro por entrada e permanência irregular em território nacional, tendo sido aplicada como medida cautelar o seu afastamento de território nacional.
A embarcação em que os 28 migrantes chegaram à ilha tem cerca de sete metros e é semelhante às usadas nos outros cinco desembarques ilegais registados na região desde dezembro.
Este foi o sexto de desembarque ilegal na costa algarvia envolvendo migrantes do Norte de África.
O anterior tinha acontecido em julho, quando um grupo de 21 homens, alegadamente marroquinos, desembarcou na ilha do Farol, também no concelho de Faro.