Mundo
Devagar e aos poucos é a reabertura dos espaços da comunidade portuguesa nos EUA
Os restaurantes portugueses da Ferry Street, conhecida como Avenida de Portugal em Newark, Estados Unidos da América, estão a voltar à capacidade máxima devagar e aos poucos, com a redução das restrições devido à pandemia de covid-19.
Um desses espaços de gastronomia portuguesa existe há 46 anos naquela que é conhecida como Portugal Avenue em Newark e passou para uma nova administração há oito meses, em plena pandemia de covid-19.
PUBLICIDADE
O último ano no Picnic Portuguese BBQ and Grill “foi bem difícil” e o negócio ainda continua num período “bem complicado”, declarou à agência Lusa o proprietário, Rodolpho Sakihama.
Apesar de o Governo do Estado da Nova Jérsia insistir a vida, o comércio e os negócios poderão voltar ao normal em breve, a adesão ainda é fraca e o receio da população é grande, na visão de dirigentes de negócios ou espaços de convívio.
“Ainda não senti muita diferença, acho que algumas pessoas ainda estão com medo”, considerou Rodolpho Sakihama, ao dizer que as coisas estão a mexer-se “devagar ainda, bem devagar”.
Marco Oliveira, gerente há 20 anos do restaurante Adega Grill, igualmente na Ferry Street, disse à Lusa que, apesar de ter horas bastante ocupadas, a pandemia de covid-19 ainda está a afetar muito o trabalho.
Para o responsável, o negócio está cada vez mais a aproximar-se da atividade normal. Nos sábados, o restaurante serve entre 300 a 400 jantares.
“Ainda não chegámos lá, mas está quase”, explicou Marco Oliveira, acrescentando que quando voltar a 100%, o restaurante pode sentar 500 pessoas em quatro salas.
Além de todas as mudanças que tiveram de realizar no funcionamento e gestão do restaurante, os benefícios de desemprego do Governo também alteraram o trabalho dos empregados, considerou o gerente do Adega Grill.
O restaurante empregava 54 pessoas, mas ficou com 16 empregados durante a pandemia.
“Estamos quase a chegar lá”, ao fim das restrições e à reabertura total dos negócios, “mas há muita gente que não quer voltar a trabalhar”, declarou o gerente.
Marco Oliveira disse que a vacinação contra a covid-19 permitiu o regresso mais acentuado “mas ainda com um bocado de receio” de uma parte dos clientes habituais, com mais de 60 anos de idade.
Até ao final da semana passada, a cidade de Newark tinha uma hora obrigatória para o encerramento dos restaurantes, à meia-noite. Uma ordem executiva indica agora que os restaurantes podem funcionar nos espaços interiores até às 2:00, mas devem encerrar os serviços de esplanada à meia-noite.
O Sport Club Português começou o seu 99.º ano encerrado. O centro de convívio fundado por portugueses, mas “que recebe todas as comunidades”, está quase no ano do seu centenário, uma data que se irá celebrar a 23 de dezembro.
Vitor Araújo, diretor do bar, disse que “o Sport Club Português sofreu bastante, como sofreram os outros clubes”.
“Isto é como tudo, quanto maior é a nau, maior a tormenta”, considerou.
Depois de encerrado quase um ano, a reabertura do clube começou em março, “devagarinho, lentamente, umas horas por três, quatro dias (…) com pouca gente e com máscaras”, disse à Lusa o diretor de bar.
O espaço interior está a operar a uma capacidade de 50%, enquanto o pátio do clube pode acolher mais gente.
No entanto, ainda são poucos os que aparecem.
“Há muito pouca gente. Umas pessoas ainda têm medo, outras desviaram-se um bocadinho, estavam habituadas a vir aqui, mas se calhar foram para outros lados” ou já “têm aquela coisa de ficar em casa”, como foram obrigadas durante o confinamento.
“A pouco e pouco eles estão a vir, a pouco e pouco estão a chegar as pessoas”, disse Vitor Araújo considerando que “não se está a ver uma abertura muito grande”.
A pandemia de covid-19 provocou, mais de 3 milhões e 446 mil mortes no mundo, resultantes de mais de 166 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela universidade independente John Hopkins.
Os Estados Unidos foram o país mais afetado, com mais de 590 mil mortes em 33 milhões de casos de infeção.
Em 2020, para combater a pandemia, os governos mandaram para casa 4,5 mil milhões de pessoas (mais de metade da população do planeta), encerraram o comércio não essencial e reduziram drasticamente o tráfego aéreo, paralisando setores inteiros da economia mundial.
Related Images:
PUBLICIDADE
PUBLICIDADE