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Detetado pela primeira vez par de estrelas próximo de buraco negro supermassivo
Astrónomos detetaram pela primeira vez um par de estrelas próximo de um buraco negro supermassivo, localizado no centro da Via Láctea, anunciou hoje o Observatório Europeu do Sul (OES), que opera o telescópio que fez a observação.
As estrelas, que orbitam entre si, foram observadas com o telescópio VLT, no Chile, próximo do buraco negro Sagitário A*.
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A descoberta permite “compreender melhor como é que as estrelas conseguem sobreviver em ambientes de gravidade extrema e pode abrir caminho à deteção de planetas perto de Sagitário A*”, segundo um comunicado do OES, organização astronómica da qual Portugal é membro.
Estrelas binárias como esta “são muito comuns no Universo”, que terá 13,8 mil milhões de anos, mas até à data nenhuma tinha sido encontrada perto de um buraco negro supermassivo, “local onde a gravidade muito extrema pode tornar os sistemas estelares instáveis”.
“Os buracos negros [corpos densos e escuros do Universo de onde nem a luz escapa devido à intensidade do campo gravitacional] não são tão destrutivos como pensávamos”, assinala, citado no comunicado do OES, o astrónomo Florian Peißker, da Universidade alemã de Colónia, que assina à cabeça o artigo hoje publicado na revista científica Nature Communications.
De acordo com Florian Peißker, será “plausível que a deteção de planetas no centro da galáxia seja apenas uma questão de tempo”, uma vez que “se formam frequentemente em torno de estrelas jovens”.
Os astrónomos estimam que a estrela binária D9 tenha “apenas 2,7 milhões de anos” e, segundo o OES, a “forte força gravitacional do buraco negro fará com que, muito provavelmente, se funda numa única estrela dentro de apenas um milhão de anos”.
“O que corresponde a um período de tempo muito curto para um sistema [estelar] tão jovem”, sublinha o OES.
A estrela binária D9 foi detetada num denso aglomerado de estrelas e outros corpos que orbitam Sagitário A*, situado a cerca de 27 mil anos-luz da Terra e cuja massa é várias vezes superior à do Sol.
Em 2022 foi divulgada a primeira imagem de Sagitário A*, no caso a sua sombra rodeada por uma estrutura anelar brilhante formada por gás.
O português Hugo Messias fez parte da vasta equipa internacional de astrónomos que conduziu as observações.
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