Coimbra
Desqualificação da urgência dos Covões configura desobediência denuncia Ordem dos Médicos
A desqualificação da urgência do Hospital dos Covões, em Coimbra, configura “um ato de desobediência” da administração do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra perante o Ministério da Saúde, acusou hoje a Ordem dos Médicos do Centro.
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A Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos (SRCOM) alertou hoje que a inexistência de um estudo prévio sobre “a desclassificação e redução da capacidade de resposta” da urgência do Hospital dos Covões “configura, na prática, um ato de desobediência perante o Ministério da Saúde”, por parte do Conselho de Administração do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC), do qual aquela unidade hospitalar faz parte.
“O Ministério da Saúde assume, em correspondência enviada à Ordem dos Médicos, a inexistência de qualquer estudo sobre a desclassificação da urgência do Hospital Geral, comummente conhecido como Hospital dos Covões”, afirmou hoje a SRCOM, em nota de imprensa enviada à agência Lusa.
De acordo com a Ordem dos Médicos, a tutela “esclarece que essa desqualificação nunca poderia ter lugar sem autorização superior e sem a existência de um estudo técnico”.
“Assim, a SRCOM insta o Conselho de Administração do CHUC a reverter o caminho de desmantelamento já iniciado e a respeitar as orientações provenientes superiores”, vincou.
Segundo a nota de imprensa, desde o início do ano, “a capacidade de internamento do Hospital dos Covões passou de 205 para 134 camas, o que representa uma redução de 71 camas”, sendo que a Unidade de Cuidados Intensivos Coronários e os serviços de internamento de Cardiologia, Ortotraumatologia e Pneumologia foram extintos, entre outros.
“O serviço de urgência – período das 09:00 às 21:00 – perdeu quase metade da equipa”, frisou a SRCOM, salientando que as urgências são asseguradas por uma equipa de oito médicos, quando em março eram asseguradas por 15 médicos.
O que está a acontecer no Hospital dos Covões “não é o desmantelamento de um hospital, é muito mais do que isso, é a contração perigosa de todo o CHUC, diminuindo a sua capacidade de resposta e o apoio que tem dado à população de toda a região Centro”, disse o presidente da SRCOM, Carlos Cortes, citado na nota de imprensa.
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