Crimes
“Desentendimentos antigos” na origem do massacre em Setúbal
As quatro mortes registadas hoje em Setúbal ficaram a dever-se a “desentendimentos antigos”, disse fonte da Polícia Judiciária (PJ), que estarão ligados ao barulho dos cães do alegado autor dos disparos junto de pombais de praticantes de columbofilia.
Em causa estão três homicídios, seguido do alegado suicídio do presumível autor dos disparos de caçadeira, que terá ocorrido aquando da chegada da PSP ao local.
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Os mortos são todos do sexo masculino, com idades que oscilarão entre os 30 e os 60 anos.
Fonte da Polícia Judiciária (PJ) confirmou à Lusa a existência destes “desentendimentos antigos”, esclarecendo que o alegado autor dos disparos teria cerca de 65 anos.
A mesma fonte disse ainda que os inspetores já encerraram as diligências no local, depois de os quatros corpos terem também já sido removidos.
Por seu lado, a porta-voz do comando distrital da PSP de Setúbal, a comissária Andreia Gonçalves, indicou à Lusa que “terá sido o homem mais velho o alegado autor dos disparos”.
“Em relação aos motivos que poderão estar na origem, já nos chegaram várias versões, mas, como a investigação está agora com a PJ, não podemos fazer mais comentários”, acrescentou.
Os disparos ocorreram quando três das vítimas mortais se deslocaram até aos pombais, onde iriam aguardar pela chegada dos pombos soltos numa corrida com origem em Cáceres (Espanha), segundo o presidente da assembleia-geral da Associação Columbófila do Distrito de Setúbal, que conhecia duas das vítimas.
Segundo contou à Lusa Hélder Galveia, uma das vítimas “estava sempre a chamar a atenção para o barulho e dizia que os cães [do autor dos disparos] andavam sempre à solta. Já vinha de trás esta situação”.
“A pessoa que disparou era um senhor que costumava andar pelas ruas da cidade, que apanhava lixo ou arrumava carros e já tinha tido conflitos anteriormente com outras pessoas. Vivia na horta ao lado dos pombais”, acrescentou.
Hélder Galveia sublinhou ainda que uma das vítimas “nem sequer nunca teve pombos” e que teria ido apenas acompanhar os amigos para a chegada dos pombos que participavam naquela prova.
“Nunca ninguém pensou que se partisse para a violência de um lado ou do outro”, referiu.
Já ao final da manhã, a comissária Andreia Gonçalves havia dado indicações de que se tratava de “uma situação isolada” e sem ligações a outras “questões do bairro”, no qual existem algumas habitações precárias.
Após o alerta recebido pelas 08:00, foram mobilizadas para o local “duas equipas de intervenção rápida e, por uma questão de prevenção, o corpo de intervenção”, tendo sido montado um perímetro de segurança e acionada a Polícia Judiciária.
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