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Desconhecidos saqueiam camião com apoio a vítimas de ciclone em Moçambique
Um grupo desconhecido saqueou um camião que transportava alimentos para as vítimas do ciclone Chido na província de Cabo Delgado, avançou hoje à Lusa o Programa Alimentar Mundial (PAM).
O veículo, transportando assistência alimentar do PAM, foi saqueado na comunidade de Ntocota, distrito de Metuge, em Cabo Delgado, no dia 29 de dezembro, indicou a agência das Nações Unidas, em nota envida à Lusa.
“Os itens saqueados incluíam arroz, feijões e óleo vegetal, que eram destinados à assistência alimentar de emergência para populações vulneráveis afetadas pelo ciclone Chido”, lê-se na nota.
Após o incidente, as operações humanitárias do PAM foram temporariamente suspensas naquela província, mas, após uma “avaliação detalhada”, as atividades foram retomadas na segunda-feira.
“O PAM está ativamente engajado com as autoridades locais para tratar desse incidente e continuará a defender a proteção das operações humanitárias para garantir a entrega segura de assistência às pessoas necessitadas”, conclui-se na nota.
O ciclone tropical intenso Chido, de escala 3 (1 a 5), atingiu a zona costeira do norte de Moçambique na madrugada de dia 14 de dezembro, enfraquecendo depois para tempestade tropical severa, continuando, nos dias seguintes, a fustigar as províncias a norte com “chuvas muito fortes acima de 250 mm [milímetros]/24 horas, acompanhada de trovoadas e ventos com rajadas muito fortes”, segundo o Centro Nacional Operativo de Emergência (CNOE).
Dados atualizados recentemente pelas autoridades moçambicanas adiantam que pelo menos 120 pessoas morreram e outras 868 ficaram feridas durante a passagem do ciclone Chido no norte e centro de Moçambique.
O Chido afetou ainda 687.630 pessoas, o correspondente a 138.037 famílias, nas províncias de Cabo Delgado, Niassa e Nampula, no norte, e Tete e Sofala, no centro, segundo o último balanço do Instituto Nacional de Gestão e Redução do Risco de Desastres (INGD) de Moçambique.
Do total de óbitos confirmados, 110 registaram-se em Cabo Delgado, sete em Nampula e três em Niassa.
O Governo moçambicano decretou dois dias de luto nacional na sequência da passagem do ciclone.
Moçambique é considerado um dos países mais severamente afetados pelas alterações climáticas no mundo, enfrentando ciclicamente cheias e ciclones tropicais durante a época chuvosa, que decorre entre outubro e abril.
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