Saúde

Descobertos nas salinas estimuladores do sistema imunitário

Notícias de Coimbra | 5 anos atrás em 24-09-2019

Uma equipa de investigadores da Universidade de Aveiro (UA) encontrou na salmoura compostos que beneficiam o sistema imunitário, o que abre as portas à utilização da água das salinas pela indústria alimentar e farmacêutica.

“Para além dos sais, a salmoura é rica em outros compostos, nomeadamente fibras, que têm potencial atividade imunoestimuladora”, afirma Cláudia Nunes, investigadora do Instituto de Materiais de Aveiro (CICECO).

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Facilmente extraídos da salmoura (a água saturada de sal da qual, por evaporação, surgem os cristais de cloreto de sódio), os compostos podem ser retirados por uma simples filtração e evaporação da água.

A conclusão resulta de um trabalho de investigação que tem sido desenvolvido nos últimos anos em colaboração com Manuel Coimbra, investigador do Laboratório Associado para a Química Verde (LAQV)/Química Orgânica, Produtos Naturais e Agroalimentares (QOPNA), também da Universidade de Aveiro.

Segundo a coordenadora do trabalho, que utilizou salmoura da Marinha de Santiago da Fonte, pertencente à própria Universidade, “esses compostos podem ser usados em diferentes produtos alimentares, como ingredientes ou como suplementos alimentares, potenciando a resposta imune, podendo também ser utilizados pela indústria farmacêutica”.

Para além dos benefícios para as indústrias alimentares e farmacêuticas, na opinião de Cláudia Nunes, a comercialização desses compostos imunoestimuladores “poderia ser uma forma de ajudar a reativação da atividade de produção de sal através de um outro produto, a água da salmoura, que podia ser rentabilizado”.

Os investigadores estão a preparar a candidatura a um projeto com uma empresa portuguesa produtora de sal para o desenvolvimento de novos produtos, com base nesses compostos, dá conta a Universidade numa nota de imprensa.

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Envolvidos na investigação, para além de Cláudia Nunes e de Manuel Coimbra, estiveram os estudantes do mestrado em Bioquímica Ana Rocha, Pedro Quitério e Sónia Ferreira.

O trabalho contou ainda com a colaboração dos investigadores Manuel Vilanova e Alexandra Correia da Unidade de Investigação i3s do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar da Universidade do Porto.

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