Desassoreamento do Mondego em Coimbra evita cheias e permite valorização do rio

Notícias de Coimbra | 7 anos atrás em 16-01-2018

O desassoreamento do Mondego em Coimbra, iniciado em agosto de 2017, vai evitar cheias e permitir, com outras intervenções projetadas ou já em curso, a valorização e integração efetiva do rio e suas margens na cidade.

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A necessidade de dragar o leito do rio entre a Ponte Rainha Santa (também identificada por Ponte Europa) e o Açude Ponte, numa extensão de cerca de três quilómetros, tornou-se ainda mais evidente com as cheias do início de 2016, que provocaram “prejuízos significativos em Coimbra e na região do Baixo Mondego”, afirma à agência Lusa o presidente da Câmara de Coimbra, Manuel Machado.

Trata-se de “uma obra muito importante” para evitar cheias, que, com outras intervenções que estão programadas ou a decorrer, por exemplo, nos rios Alva (na Barragem das Fronhas) e Ceira (ambos afluentes do Mondego, a montante de Coimbra), vai permitir melhor controlo do nível da água, designadamente em Coimbra.

A operação, que implica um investimento superior a quatro milhões de euros (comparticipado por fundos comunitários, através do Programa Operacional Sustentabilidade e Eficiência no Uso de Recursos – POSEUR), “beneficia diretamente cerca de 250 mil pessoas” de diversas localidades, essencialmente dos concelhos de Coimbra e de Montemor-o-Velho, destaca Manuel Machado.

“Desencadeada na sequência das cheias de 2016, por um acordo [entre a Câmara de Coimbra e o Ministério do Ambiente, assumindo a autarquia a obra] que foi extremamente célere”, a intervenção para a remoção de cerca de 700 mil metros cúbicos de sedimentos do leito do rio faz parte de um conjunto de ações no Mondego, em Coimbra, como a estabilização dos muros na margem direita, entre a Estação Nova (no centro da cidade) e o Açude Ponte, que “estão em degradação”, ameaçando “ruína”, e que implica investimentos da ordem dos oito milhões de euros (igualmente com apoio comunitário), afirma o autarca.

Imagem de janeiro de 2016

Imagem de janeiro de 2016

“A areia, os sedimentos que daqui [do leito do rio, em Coimbra] saem”, está a ser depositada a jusante do Açude Ponte, onde faz falta – há ali fundões que atingem “dez metros de profundidade” –, para “repor o chão do rio Mondego entre Coimbra e Montemor[-o-Velho]”, explica Manuel Machado, referindo que se trata de uma obra com alguma “complexidade técnica”, mas que acaba por ser “menos dispendiosa” do que se adotasse outras soluções para esse depósito.

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Além de, deste modo, “aproveitar recursos naturais que já existem”, a obra é “muito importante não apenas em termos hidráulicos, mas também em termos ambientais”, por exemplo, frisa o presidente da Câmara, indicando que estão, por isso, envolvidos técnicos de diversas áreas.

O desassoreamento é igualmente importante para a concretização da “ambição, já com “longos anos, de casar as margens do rio Mondego”, que “fazem parte de Coimbra, e de tornar mais viva, mais articulada, mais vivida, esta área notável” e que a Câmara quer “valorizar”, designadamente com “praias fluviais, junto [à Mata Nacional] do Choupal” e com “a intensificação dos desportos náuticos” e seu uso enquanto espaço de “lazer e de convivialidade”.

No âmbito da mesma ambição, a estabilização dos muros da margem direita do rio, entre o terminal ferroviário da Estação Nova e o Açude Ponte – que “está em curso de contratação pública” e é “uma intervenção que envolve um investimento da ordem dos oito milhões de euros” – vai permitir a requalificação de toda esta área, visando, desde logo, banir as barreiras que afastam o Mondego das pessoas e da cidade, adianta Manuel Machado.

Simultaneamente, está a decorrer uma intervenção nos parques Verde do Mondego (onde serão aplicados mais de 800 mil euros) e Manuel Braga, contíguo àquele, no qual a Câmara projeta um investimento de cerca de quatro milhões de euros e cuja candidatura já submetido a fundos europeus, recorda o autarca.

Todas estas obras têm “o objetivo de requalificação desta área [ribeirinha] que está no coração da cidade e que merece ser usufruída e visitada”, conclui o presidente da Câmara de Coimbra.

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