Coimbra
Deputados do PS vão recomendar inclusão de IC 6,7 e 37 nas obras prioritárias
Os deputados socialistas dos distritos de Castelo Branco, Guarda, Coimbra e Viseu vão apresentar um projeto de resolução à Assembleia da República que defende a inclusão dos Itinerários Complementares (IC) 6, 7 e 37 entre as obras prioritárias.
O objetivo é recomendar ao Governo “a imediata inclusão destas infraestruturas” no grupo de obras a construir entre 2014 e 2020 e que irão receber cinco mil milhões de euros, afirmou aos jornalistas o deputado Paulo Campos, na sequência de reuniões de trabalho realizadas hoje entre autarcas e deputados.
“Uma muito pequena fatia seria extremamente bem aplicada no interior do país, e nomeadamente na região da Beira Serra, com a construção destas infraestruturas que são absolutamente vitais para o nosso desenvolvimento”, frisou o antigo secretário de Estado das Obras Públicas, que falava em Tábua, no local onde foi interrompida a construção do IC6.
O deputado eleito pelo círculo da Guarda avançou que foi também decidida a realização de um seminário no dia 08 de março, em Seia, com a presença de representantes das indústrias de vários municípios, sindicatos e associações de representantes das populações nas mais diversas áreas.
A Estradas de Portugal será também convidada, para que explique a sua posição face aos “inúmeros estudos” que publicou, “valorizando e afirmando que estes itinerários são absolutamente indispensáveis” e “infraestruturas de elevado valor acrescentado, coisa que agora foi renegada pelo estudo que o Governo acabou de publicar”, acrescentou.
Paulo Campos lamentou que “uma larguíssima parte do território português” tenha ficado excluída das prioridades apontadas por este estudo.
“Aquilo que está a ser feito com esta região é uma injustiça. Foi uma região que esperou durante anos e anos que esse investimento fosse feito e, agora que estávamos em condições, este Governo parou o investimento e agora tirou a esperança de que estas infraestruturas possam vir a ser construídas nos próximos anos”, criticou.
O deputado Rui Duarte, do círculo eleitoral de Coimbra, considerou que se trata de “repor alguma justiça na noção que este Governo tem de elevado valor acrescentado”.
O presidente da Câmara de Tábua, Mário Almeida Loureiro, pediu ao Governo que cumpra o seu dever e dê aos concelhos do interior a oportunidade de se desenvolverem e de os seus empresários crescerem.
O seu colega de Seia, Filipe Camelo, considerou fundamental não esquecer os “problemas de coesão territorial, económica, social e até mesmo ambiental”.
O autarca sublinhou a importância da conclusão do IC6 para “a ligação entre as duas partes da serra” e disse haver “toda a legitimidade” nesta exigência.
“Num contexto de imensas rodovias que foram construídas neste país, o certo é que para esta região nem o Plano Rodoviário Nacional foi minimamente cumprido”, lamentou.
O presidente da Câmara de Oliveira do Hospital, José Carlos Alexandrino, lembrou que a reivindicação da construção destes itinerários complementares “já vem através dos tempos”, mas não adianta os autarcas andarem sempre a falar no mesmo se encontram “um Governo absolutamente surdo”.
“A mim parece-me que é tempo de deixarmos as palavras e passarmos a atos. Parece que para serem respeitados os direitos das nossas populações e dos nossos empresários é preciso fazermos alguma coisa extrema para que o Governo olhe para nós de outra maneira”, defendeu.
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