O inverno já vai a meio e, para além da escassez da ocorrência de queda de neve, os dias de tempo frio também têm sido raros. Aliás, para além da chuva, os últimos dias têm sido marcados por temperaturas amenas e invulgares para esta época do ano.
De acordo com a previsão de Alfredo Graça, geógrafo e especialista da Meteored Portugal, o Continente está a experimentar condições meteorológicas instáveis geradas pela passagem da Depressão Irene, algo que durará até ao final desta quarta-feira, dia 17 de janeiro.
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Após o dia de hoje, espera-se que uma nova depressão, muito cavada, passe pelo nosso país entre quinta (18) e sexta-feira (19) e possa inclusive originar queda de neve nalguns pontos do território acima dos 1000 metros de altitude, além de chuva. Também se prevê uma descida das temperaturas provocada pela chegada de uma massa de ar polar entre sexta (19) e sábado (20).
A reta final desta semana, a partir de sexta-feira, será provavelmente o único episódio de tempo frio durante toda a segunda quinzena de janeiro. Para além disto, será de curta duração dado que no início da próxima semana espera-se uma nova subida das temperaturas na nossa geografia.
Prevê-se que o estado do tempo em Portugal continental na semana de 22 a 28 de janeiro seja bastante condicionada pelas altas pressões. “A crista subtropical deverá dominar o panorama meteorológico no nosso país, situação que parece convergir com o que se observa nos mapas: uma semana com anomalias térmicas positivas muito significativas, isto é, com temperaturas bem acima da média climatológica de referência”, refere.
Para as Regiões Norte e Centro preveem-se temperaturas entre os 3 e os 6 ºC acima do normal. Nas restantes regiões – grosso modo a sul do Tejo – as anomalias térmicas positivas serão menos acentuadas, mas ainda assim significativas, estimando-se temperaturas até 3 ºC acima do habitual.
O mesmo panorama de temperaturas acima da média deverá verificar-se nos Arquipélagos dos Açores e da Madeira. A única exceção poderá ocorrer no Grupo Ocidental dos Açores (Corvo e Flores) dado que os mapas do ECMWF apostam numa anomalia térmica negativa (até 1 ºC abaixo da média).
Para os últimos dias de janeiro e primeiros de fevereiro, não se vislumbra uma mudança radical no estado do tempo em Portugal. De facto, os mapas do nosso modelo de referência mantêm-se firmes quanto à persistência das altas pressões no Sul e Sudoeste Europeu. Isto resultaria assim em temperaturas até 3 ºC acima da média em quase todas as unidades territoriais de Portugal nesse período.
Assim, de acordo com os mapas, tudo indica que o mês de janeiro se despedirá sem o tempo tipicamente invernal, algo claramente favorecido pela continuidade do padrão NAO+, em que as depressões circulam em latitudes muito altas e as altas pressões ficam centradas nas nossas latitudes.
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