Saúde

Declarado fim da emergência de saúde pública da Monkeypox

Notícias de Coimbra com Lusa | 2 anos atrás em 11-05-2023

O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou hoje o fim da emergência de saúde pública internacional para a doença Mpox, o mais alto nível de alerta, que estava em vigor desde julho de 2022.

“Ontem [quarta-feira] o comité de emergência reuniu-se e recomendou-me que o surto em vários países de Mpox já não representa uma emergência de saúde pública internacional. Eu aceitei esse conselho”, afirmou Tedros Adhanom Ghebreyesus em conferência de imprensa.

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Segundo disse, apesar do levantamento do nível máximo de alerta, a doença anteriormente designada por Monkeypox “continua a representar desafios significativos que necessitam de uma resposta robusta, pró-ativa e sustentável”.

De acordo com a OMS, no total, mais de 87 mil casos e 140 mortes foram notificados à OMS de 111 países.

“À semelhança da covid-19, o trabalho não acabou”, alertou o responsável da organização, ao adiantar que, apesar de o número de casos ter baixado quase 90% nos últimos três meses a nível global, o vírus está ainda a afetar comunidades em todas as regiões, incluindo em África, onde a transmissão “continua a não ser bem entendida”.

Além disso, os casos de infeção relacionados com viagens permanecem como uma ameaça e “há um risco particular para as pessoas com infeção por VIH não tratadas”, salientou Tedros Adhanom Ghebreyesus.

O diretor-geral da OMS defendeu também a importância de os países manterem a sua capacidade de testagem, recomendando a integração da prevenção e do tratamento da Mpox nos programas de saúde já existentes, para permitir o acesso a cuidados de saúde e uma rápida resposta no caso de eventuais surtos.

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A decisão de Tedros Adhanom Ghebreyesus surge na sequência da reunião de quarta-feira dos peritos que integram o Comité de Emergência da organização que serviu para avaliar se a Mpox deveria continuar a ser considerada uma emergência de saúde pública internacional (PHEIC, na sigla em inglês).

A OMS começou a receber há cerca de um ano as primeiras notificações de casos de infeção em países dos continentes europeu e americano e, em julho de 2022, o diretor-geral declarou o surto como uma PHEIC.

Segundo os últimos dados da Direção-Geral da Saúde, desde 3 de maio de 2022 até 28 de abril de 2023, foram confirmados 953 casos de infeção pelo vírus mpox em Portugal, sem novos casos reportados desde a informação mensal anterior.

Segundo a DGS, os sintomas mais comuns da doença são febre, dor de cabeça intensa, dores musculares, dor nas costas, cansaço, aumento dos gânglios linfáticos com o aparecimento progressivo de erupções que atingem a pele e as mucosas.

A PHEIC é definida como “um evento extraordinário, grave, repentino, incomum ou inesperado”, com implicações para a saúde pública para além da fronteira nacional de um Estado afetado e que pode exigir uma ação internacional imediata.

Esta foi a sétima vez que a OMS declarou a emergência internacional (mecanismo iniciado em 2005), depois de o ter feito para a Gripe A em 2009, para o Ébola em 2014 e 2018, para a Poliomielite em 2014, para o vírus Zika em 2017 e para o coronavírus que provoca a covid-19 em 2020, esta última levantada na última semana.

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