Coimbra

De Sapateiros esta rua só tem o nome em Coimbra

António Alves | 23 horas atrás em 18-02-2025

Na Baixa de Coimbra, algumas das artérias estavam ligadas às profissões ou aos estabelecimentos comerciais que ali predominavam. Um dos exemplos era a Rua dos Sapateiros, atual Rua Eduardo Coelho. Atualmente, será que este nome ainda se justifica?

Até ao início do século XX, a artéria que liga o Largo do Poço e Rua do Corvo à Praça do Comércio foi denominada Rua dos Sapateiros.

PUBLICIDADE

publicidade

Era aqui que se encontravam o maior número de espaços comerciais da cidade ligados ao calçado. Um negócio que continuou a predominar mesmo quando o município decidiu alterar o seu nome para Rua Eduardo Coelho – nasceu em Coimbra no ano de 1835 num dos edifícios da Rua dos Sapateiros.

PUBLICIDADE

Eduardo Coelho tornou-se conhecido pelo facto de ter sido o primeiro diretor do primeiro periódico popular industrial denominado Diário de Notícias.

Mas, apesar da troca de denominação, esta rua foi sempre conhecida como Rua dos Sapateiros. Tudo porque aqui era possível encontrar o maior número de lojas de venda de calçado por metro quadrado na cidade de Coimbra.

Na contabilidade feita pelo Notícias de Coimbra, registamos mais de uma dezena e meia de lojas ligadas ao setor do calçado numa extensão de pouco mais de 100 metros.

À entrada da Rua Eduardo Coelho, tínhamos a Sapataria Capri. Assim que fechou portas, o espaço deu lugar a uma loja de moda da marca “Aba Larga” que encerrou e nunca mais voltou a abrir.

Ao lado, abriu nos anos 80 a Sapataria Teresinha. Uma marca nortenha que veio agitar o setor na zona central da cidade e que foi definhando com a “morte” desta empresa no início do século XXI.

Numa rua que não escapa ao momento atual do comércio da Baixa, e onde existem lojas que vão desde os “recuerdos” a mini mercados com produtos orientais, chegamos à Sapataria Reis. Situada na curva para o Largo da Freiria, esta loja aguentou-se mais de oito décadas, dando origem a uma loja de roupa.

Em frente, a Sapataria Trinitá. Quirino, o proprietário, ainda aguentou o estabelecimento durante muitos anos, mas o definhar comercial da Baixa levou-o a fechar portas. Agora, é uma loja de produtos turísticos.

Ao seu lado, e com a rua das Padeiras a meio, abriu portas a Sapataria Via Centro. Agora, este estabelecimento deu origem a uma loja de venda de produtos eletrónicos.

No prédio vizinho, a caminho da Praça do Comércio, existiu a Sapataria Coutinhos. Uma das marcas de referência na Baixa de Coimbra e que, em conjunto com a Valise e Romeu, marcaram a moda do calçado na cidade durante muitos anos.

Em frente, a Sapataria Progresso. Um estabelecimento de alguma dimensão que tentou fazer concorrência à sapataria vizinha, mas que acabou por terminar com a abertura de uma loja de roupa.

Também da família Paiva existiam mais duas sapatarias com esta insígnia. A certa altura as lojas passaram a representar a Ecco, fazendo parte da lista restrita de estabelecimentos desta marca de calçado nacional.

A meio existiu a Sapataria Dragão. Propriedade de um antigo funcionário dos Coutinhos, tentou a sua sorte “a solo” mas acabou por não conseguir vingar tendo o espaço sido ocupado por uma marca de vestuário.

A Sapataria Coimbra foi outro dos espaços de referência da cidade na área do calçado. Mas a forte concorrência existente naquela artéria acabou por condenar este projeto comercial.

Quase a chegar ao Largo da Rua Eduardo Coelho, ainda temos de falar das Sapatarias Angel e Satélite. Lado a lado, as duas lojas tentaram “remar” contra o infortúnio.

A primeira ainda conseguiu manter o mesmo ramo – Sapataria Zinco – mas acabou por se tornar um espaço de beleza feminino.

Quanto à Satélite, resta o símbolo na porta.

A Sapataria Antunes, junto à Travessa da Rua Velha, foi outra das lojas que marcou a história comercial da Baixa, mas tal como as restantes acabou por se render à venda de vários produtos.

Veja a reportagem Notícias de Coimbra

Related Images:

PUBLICIDADE

PUBLICIDADE