A dirigente do Bloco de Esquerda, Mariana Mortágua, defendeu hoje, no Porto, que a ministra da Saúde, Ana Paula Martins, deve assumir as suas responsabilidades na crise do INEM e que “isso significa uma demissão”.
Ana Paula Martins, “para já, deve assumir as suas responsabilidades e isso significa uma demissão e o Governo deve resolver o problema [destes trabalhadores] de uma vez”, disse.
Mariana Mortágua falava na Praça da República, no Porto, onde hoje se concentraram muitas centenas de trabalhadores para uma manifestação nacional da CGTP-IN, em defesa do aumento de salários e dos serviços públicos e funções sociais do Estado.
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“É óbvio que a ministra se devia demitir e devia-se demitir por uma razão muito simples, tinha conhecimento, como tinha o Governo, como tinha o Primeiro-Ministro, como tinham os partidos políticos, que ia haver uma greve, e tinha conhecimento exatamente dos motivos dessa greve”, afirmou a coordenadora nacional do BE.
E acrescentou: “A ministra sabia disto, sabia que havia greve, não fez nada e, por isso, é responsável por mais uma, enfim, não quero dizer trapalhada, porque é muito grave o que aconteceu, por mais um problema seríssimo no Serviço Nacional de Saúde (SNS), tem que assumir as responsabilidades políticas disso”.
Mariana Mortágua defendeu que é “muito importante resolver este problema de uma vez”, salientando que o BE já apresentou propostas na Assembleia da República para o Orçamento do Estado para “rever estas carreiras, para contratar mais profissionais e acabar de vez com um problema que nem devia existir, porque vale cinco milhões de euros”.
“Estamos a regatear trocos em troca da saúde de quem vive em Portugal”, disse.
A líder do BE lembrou ainda que “quem marcou a greve há anos que está a alertar para este problema, quem marcou a greve há anos que está a fazer horas extras para garantir que toda a gente tenha o atendimento necessário, quem marcou a greve nunca virou as costas a quem mais precisa, quem marcou a greve avisou o Governo que havia uma paralisação para reivindicar melhores salários, completar os quadros de pessoal, quem marcou a greve está a defender o serviço do INEM. A única responsabilidade aqui é deste Governo e desta ministra e, obviamente, do anterior que não resolveu este problema”.
“Um desses motivos é o facto de não haver trabalhadores suficientes no INEM, são metade dos necessários. Há muito tempo que esses trabalhadores dão esta nota. Salário, carreira, concursos abertos, preencher os lugares do quadro, acho que isso é a melhor forma de respeitar o INEM e o país”, frisou.
A Inspeção-Geral das Atividades em Saúde (IGAS) abriu um inquérito aos casos de mortes noticiados nos últimos dias por alegados atrasos no atendimento do INEM.
As falhas ou atrasos na resposta do serviço 112 e no encaminhamento para os CODU, do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM), devido à greve dos Técnicos de Emergência Pré-Hospitalar têm levantado forte polémica e já terão, alegadamente, levado à morte de pelo menos seis pessoas.
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