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Crioestaminal registou patente para utilização de células estaminais em doentes cardíacos

Notícias de Coimbra | 11 anos atrás em 20-02-2014

 A portuguesa Crioestaminal registou uma patente internacional para uma nova aplicação de células estaminais do cordão umbilical na regeneração do tecido cardíaco após enfarte do miocárdio, disse fonte da empresa sediada no Biocant Park de Cantanhede.

A patente resulta de uma investigação que permite que as células estaminais “sejam injetadas diretamente no músculo cardíaco para que este, após um enfarte, consiga cicatrizar mais rapidamente e regenerar a sua função”, disse à agência Lusa André Gomes, fundador e administrador da empresa.

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De acordo com o responsável, a metodologia passou pela utilização de células estaminais hematopoiéticas com um lípido bioativo (intitulado ácido lisofosfatídico), conjugados num gel “que ajuda as células a manterem a sua estabilidade, ou seja, as células estaminais conseguem sobreviver mais tempo fora do seu ambiente natural”.

A investigação, adiantou, decorreu em modelos animais, encontrando-se ainda numa fase “muito precoce” de uma possível futura utilização em humanos.

“É necessário provavelmente cerca de uma década até que estas aplicações cheguem ao uso comum na medicina em humanos. Mas é um passo que está a ser dado, é uma tecnologia inovadora, por isso é que foi possível patenteá-la a nível internacional”, frisou.

A Crioestaminal aponta para 2015 a realização de ensaios clínicos da nova tecnologia “para testar a sua segurança e eficácia em humanos”, quer a desenvolvida para curar feridas relacionadas com o pé diabético – que deu origem a outra patente, esta registada em 2012 – quer a nova aplicação “que, em termos científicos, derivou da anterior”, afirmou André Gomes, explicando, que, em comum, as duas patentes centram-se nas células estaminais do cordão umbilical.

Ao longo de quase 11 anos de atividade, saíram da empresa sete amostras de células estaminais para serem usadas em tratamentos e ensaios clínicos, todos efetuados em crianças portuguesas, um em Portugal, em 2007, no Instituto Português de Oncologia (IPO) do Porto e os restantes nos EUA, na universidade de Duke.

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No IPO, as células estaminais foram utilizadas numa criança que possuía uma doença genética que lhe afetava o sistema imunitário.

“Com o transplante do sangue do cordão umbilical do irmão foi possível restabelecer todo o sistema sanguíneo imunitário da criança e hoje, passado sete anos, está ótima, completamente curada de uma doença que era, inevitavelmente, fatal”, referiu André Gomes.

Já nos EUA, as seis utilizações decorreram no âmbito de ensaios clínicos em crianças com paralisia cerebral.

“Não se pode falar propriamente de cura, porque é uma doença que é incurável. O que estas aplicações estão a demonstrar é que é possível melhorar significativamente os sintomas da doença, quer a função cognitiva quer a função motora das crianças, que melhorou após o transplante do sangue do cordão umbilical, neste caso autólogo [do próprio dador]”, sustentou.

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