Coimbra
Credores aprovam liquidação controlada da Santix
A assembleia de credores da Santix aprovou hoje a liquidação controlada da empresa têxtil de Coimbra, com o objetivo de encontrar um novo investidor que garanta o regresso à atividade daquela unidade, informou fonte sindical.
A assembleia de credores aprovou a liquidação da empresa e ainda uma proposta dos trabalhadores para que esta liquidação dos ativos “seja feita num todo, para que a Santix possa reabrir com um novo investidor”, disse à agência Lusa a presidente do Sindicato dos Trabalhadores Têxteis, Lanifícios e Vestuário do Centro, Fátima Carvalho.
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“Queremos uma liquidação controlada dos ativos, para que o bolo seja vendido no seu todo e permita a possibilidade de alguém adquirir os imóveis e equipamentos e reintegrar os trabalhadores para pôr a empresa a funcionar. Esse é o nosso objetivo, é o nosso sonho e a nossa luta”, vincou.
De acordo com Fátima Carvalho, a Segurança Social detém cerca de 47% do crédito da empresa insolvente e os trabalhadores à volta dos 30%, num passivo global da Santix de 5,4 milhões de euros.
Após a aprovação da liquidação da empresa, a advogada representante dos trabalhadores “propôs que a liquidação fosse uma liquidação controlada dos ativos da insolvente para se poder encontrar uma solução junto de um novo investidor”, referiu a dirigente sindical, sublinhando que a proposta mereceu a aprovação da Segurança Social.
Esta decisão permite que “não se avance de imediato para a venda dos equipamentos e para a especulação imobiliária” em torno do imóvel da Santix, situada perto da Mata Nacional de Vale de Canas.
Na mesma assembleia de credores, os trabalhadores ainda propuseram a substituição do administrador de insolvência – ao qual não têm “nenhuma crítica a fazer” – por um administrador com experiência na recuperação de empresas do setor, disse Fátima Carvalho, tendo apresentando o nome do administrador responsável pelo processo de insolvência da antiga HBC, de Oliveira do Hospital, onde viabilizou o projeto, com a unidade hoje a empregar mais funcionários do que à data da liquidação.
De acordo com a dirigente sindical, a Segurança Social, apesar de acompanhar a proposta, não reunia condições para a poder votar, tendo sido convocada nova assembleia de credores, para 18 de outubro, às 10:00, tendo como ponto único a substituição do administrador de insolvência.
A Santix parou de laborar em março deste ano, sendo que os cerca de 150 trabalhadores da empresa tiveram de recorrer à suspensão do contrato de trabalho por falta de pagamentos.
“A vontade dos trabalhadores e do sindicato é que se encontre um novo investidor e esperamos que o presidente da Câmara Municipal nos acompanhe nesta nossa luta”, vincou Fátima Carvalho.
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