Saúde

Covid-19: Pressão na saúde com inversão de tendência devido a aumento de cuidados intensivos

Notícias de Coimbra com Lusa | 3 anos atrás em 05-11-2021

A pressão da pandemia da covid-19 nos serviços de saúde é reduzida em Portugal, mas apresenta agora uma inversão da tendência, confirmada pelo aumento de internamentos em cuidados intensivos, alerta a análise de risco hoje divulgada.

“A pressão nos serviços de saúde e o impacto na mortalidade são reduzidos, mas com inversão de tendência, dado que se observa já um aumento no número de internamentos em unidades de cuidados intensivos”, refere o relatório das “linhas vermelhas” da pandemia.

PUBLICIDADE

O relatório anterior, de 29 de outubro, já admitia que essa pressão sobre os serviços de saúde pudesse evoluir para uma “fase de crescimento nos internamentos” em UCI, o que é confirmado pelos dados agora divulgados.

Na última quarta-feira, estavam internados em cuidados intensivos 73 doentes, o que correspondia a 29% do limiar definido como crítico de 255 camas ocupadas nessas unidades, valor superior aos 24% da semana anterior.

“Nas últimas semanas, este indicador tem vindo a assumir uma tendência crescente”, adianta o documento da Direção-Geral da Saúde (DGS) e do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA), avançando que o grupo etário com maior número de internados em UCI é o dos 60 aos 79 anos, “apresentando uma clara tendência crescente”, assim como a faixa etária dos 40 aos 59 anos.

Quanto à mortalidade específica por covid-19, situa-se nos 6,4 óbitos em 14 dias por um milhão de habitantes e apresenta uma tendência decrescente, valor inferior ao limiar de 20 óbitos definido pelo Centro Europeu de Controlo de Doenças (ECDC).

A análise dos diferentes indicadores revela uma atividade epidémica do SARS-CoV-2 de intensidade reduzida, com tendência crescente a nível nacional, mas nenhuma região apresentou uma incidência superior ao limiar de 240 casos em 14 dias por 100 mil habitantes.

PUBLICIDADE

publicidade

Em comparação com os valores apresentados no último relatório, o valor médio do índice de transmissibilidade (Rt) diminuiu em todas as regiões do continente: o Norte passou de 1,05 para 1,01, o Centro de 1,10 para 1,06, Lisboa e Vale do Tejo de 1,10 para 1,04, o Alentejo de 0,98 para 0,87 e o Algarve de 1,06 para 1,05.

Com um Rt de 1,04 a nível nacional, as “linhas vermelhas” estimam que, a manter-se esta taxa de crescimento, o limiar de 240 casos em 14 dias por 100 mil habitantes possa ser ultrapassado em dois a quatro meses, quando na semana anterior este prazo era mais curto, entre um a dois meses.

A proporção de testes positivos para SARS-CoV-2 foi de 2,8%, superior aos 2,3% na semana anterior, mas abaixo do limiar definido de 4%, indica ainda o relatório, que confirma que a variante Delta continua a ser dominante em todas as regiões, com uma prevalência de 100%.

“Circulam atualmente diversas sublinhagens da variante Delta. Entre estas, a sublinhagem AY.4.2 tem suscitado particular interesse na comunidade científica internacional devido à sua crescente frequência no Reino Unido nas últimas semanas. Em Portugal, foram detetados até à data 10 casos associados a esta sublinhagem, sendo que a análise genética indica que estes casos, registados entre 24 de agosto e 19 de outubro, representam várias introduções independentes”, refere.

A covid-19 provocou pelo menos 5.028.536 mortes em todo o mundo, entre mais de 248,54 milhões infeções pelo novo coronavírus registadas desde o início da pandemia, segundo o mais recente balanço da agência France-Presse.

Em Portugal, desde março de 2020, morreram 18.193 pessoas e foram contabilizados 1.095.337 casos de infeção, segundo dados da Direção-Geral da Saúde.

A doença respiratória é provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019 em Wuhan, cidade do centro da China, e atualmente com variantes identificadas em vários países.

Related Images:

PUBLICIDADE

publicidade

PUBLICIDADE