Ana Mendes Godinho falava hoje na Comissão de Trabalho e Segurança Social numa audição na sequência de requerimento apresentado pelo grupo parlamentar do PSD sobre as respostas sociais do Governo no âmbito da pandemia da doença Covid-19.
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“Temos locais de retaguarda sempre que é preciso retirar pessoas e já foi necessário ativar em 17 lares”, disse, adiantando que os locais de retaguarda são para situações em que existe teste negativo ou positivo sem sintomas e com a garantia de acompanhamento por parte da saúde que faz a vigilância desses espaços.
A ministra garantiu que tem estado em comunicação permanente com o setor social relativamente à garantia de vigilância dos utentes que tenham covid-19 positivo sempre que o lar não tenha capacidade de tratar.
“Tenho falado com os representantes do setor social, temos reuniões regulares semanais. Tive no início uma equipa conjunta com representantes da Confederação Nacional de Instituições de Solidariedade Social, da União das Misericórdias, da Cáritas e da Cruz Vermelha para montar todo este programa de intervenção nos lares para a criação destes espaços de apoio e retaguarda”, disse, adiantando que as 15 pousadas do Inatel estão prontas para ser ativadas em todo o país.
Desde o início da pandemia, garantiu a ministra, o Governo tentou garantir que havia orientações claras para todos os lares, nas medidas de prevenção com ativação dos planos de contingência assim como determinando a proibição das visitas em termos de ativação.
Relativamente à prevenção, a Ana Mendes Godinho referiu que foi montado um programa com testes preventivos em lares que não tinham tido focos de infeção.
Este programa foi criado com o aproveitamento da disponibilização do mundo académicos com protocolos com 10 instituições, entre universidades e politécnicos, que permitiu assegurar 45 mil testes.
A ministra referiu que a questão dos lares é uma das prioridades tendo em conta a situação frágil e vulnerável deste grupo da população em que mais de 50% têm mais de 80 anos.
“Temos feito um trabalho em colaboração com a Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade Social e com a União das Misericórdias, no sentido de reforçar todo o apoio a estas estruturas”, disse referindo o reforço das comparticipações ao setor social em mais de 50 milhões de euros além da contratação de recursos humanos para os lares, um total de 1.420 pessoas até ao momento.
Paralelamente, frisou, foi lançada uma campanha de angariação de voluntários através da Cooperativa António Sérgio para angariar voluntários tendo já 3000 inscritos que serão colocados a desempenhar atividades de suporte como compras e não necessariamente para lidar com utentes.
Na terça-feira a diretora-geral da Saúde disse que cerca de um terço dos 567 óbitos associados à covid-19 ocorreram em lares de terceira idade, algo expectável pelo facto de ser uma população vulnerável.
“Dos 567 óbitos, cerca de um terço ocorreu em instituições e isso é um padrão espectável: os óbitos têm ocorrido em população idosa e com múltiplas patologias quer estejam em lares ou no domicílio”, afirmou Graças Freitas.
Portugal regista hoje 599 mortos associados à covid-19 em 18.091 casos confirmados de infeção, segundo o boletim diário da Direção-Geral da Saúde (DGS) sobre a pandemia referente ao dia de hoje.
Relativamente ao dia anterior, há mais 32 mortos (+5,6%) e mais 643 casos de infeção (+3,7%).
Das pessoas infetadas, 1.200 estão hospitalizadas, das quais 208 em unidades de cuidados intensivos, e 383 foram dadas como curadas.
Portugal está em estado de emergência desde 19 de março, que deverá ser renovado esta semana por um novo período de 15 dias.