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Covid-19: Motoristas de matérias perigosas alertam para “passividade” no controlo das fronteiras
O Sindicato Nacional dos Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP) alertou hoje para a “passividade” na proteção dos profissionais que fazem serviços internacionais e passam nas fronteiras europeias sem qualquer tipo de observação ou triagem de contaminação por Covid-19.
“O SNMMP – Sindicato Nacional dos Motoristas de Matérias Perigosas, vem por este meio alertar para a despreocupação e passividade face à prevenção e proteção dos motoristas em geral, principalmente os afetos ao serviço internacional, que apesar da galopante propagação do vírus Covid-19 a nível global, continuam a circular livremente pelos países europeus, sem qualquer tipo de observação e/ou triagem fronteiriça, tornando-se literalmente em potenciais importadores e exportadores do vírus”, lê-se num comunicado enviado às redações.
Contactado pela agência Lusa, o presidente do SNMMP, Francisco São Bento, esclareceu que tem recebido informações por parte de associados de que as autoridades presentes nas zonas fronteiriças “apenas estão lá a marcar presença e que não há uma intervenção direta a nível de medição de temperatura, ou uma consulta a nível de sintomatologia”, por exemplo.
Para o SNMMP “é impreterível” que as empresas de transporte tomem medidas para proteger os trabalhadores de possíveis contágios, bem como o “acompanhamento rigoroso” destes profissionais pelas autoridades competentes, na passagem de fronteiras.
Francisco São Bento disse à Lusa que um controlo rigoroso nas fronteiras “é importante, não só para salvaguardar os motoristas, mas também a população em geral”, tendo já o sindicato alertado diversos ministérios e associações patronais para esta situação.
O SNMMP adianta, ainda, que “se encontram neste preciso momento, a milhares de quilómetros das suas residências, motoristas em situação de escassez de alimentos”, devido ao açambarcamento de produtos e alimentos que ocorre um pouco por toda a Europa.
Há também casos de motoristas no estrangeiro que não conseguem aceder a instalações sanitárias nas áreas de serviço onde fazem os descansos diários, “tornando impossível a manutenção das suas condições mínimas de higiene e salubridade”, acrescenta o sindicato.
“Há pontos específicos ao longo das autoestradas pela Europa fora onde os motoristas estacionam, efetuam os seus descansos diários e tomam banho. […] Foi-nos transmitido que proibiram em alguns destes locais o aceso às instalações sanitárias e que existe, neste momento, uma enorme escassez de alimentos”, acrescentou o presidente do sindicato.
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