Saúde

Covid-19: Máscaras ajudam quando distanciamento não é fácil

Notícias de Coimbra | 5 anos atrás em 15-04-2020

A representante da Organização Mundial de Saúde (OMS) em Moçambique, Djamila Cabral, disse hoje em entrevista à Lusa que o uso de máscaras pode complementar as medidas de prevenção da covid-19 quando não é fácil haver distanciamento social.

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“Temos situações em que não fácil fazer o distanciamento social”, refere, apontando o caso dos transportes coletivos em Moçambique, que são poucos para tanta procura, resultando em veículos quase sempre sobrelotados.

“É difícil dizer às pessoas que não usem transportes quando moram a quilómetros de onde trabalham. E não é possível dizer que têm de ir só um terço [da lotação] porque não há muitos” utentes para entrar, diz em entrevista à Lusa.

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Ou seja, tentar impor distanciamento social nos transportes, como o Governo tentou fazer numa primeira fase, “é de difícil implementação”, reconhece, pelo que se optou na última semana por afrouxar as restrições à lotação, mas tornar o uso de máscara obrigatório, para tapar a boca e o nariz nas viaturas coletivas.

“O Governo viu as dificuldades e tomou essas medidas para facilitar a implementação” de medidas de prevenção, mostrando que as máscaras “podem ter utilidade como medida complementar a todas as outras já tomadas”.

No entanto, Djamila Cabral entende que máscaras de pano, por exemeplo, de fabrico próprio, podem ser a solução para a massificação, porque “a utilização indiscriminada de máscaras que devem ser usadas em hospitais, por quem está doente ou por quem trata doentes, levanta problemas”.

“Essas máscaras”, com características técnicas mais avançadas, ” já são raras, há rutura de ‘stock’ a nível mundial e não é possível conseguir as máscaras necessárias para serem utilizadas por quem precisa”.

“Temos de tomar cuidado para não generalizar a utilização de máscaras hospitalares”, sublinhou.

Djamila Cabral salienta ainda que as máscaras devem ser lavadas sempre que possível e deve-se evitar circulá-las dentro de casa, oriundas do exterior.

“A máscara não substitui outras medidas, é mais uma, adicional”, a acrescentar à lista: lavar as mãos, distanciamento social e fazer a etiqueta da tosse – a máscara “não deve dar o sentimento de que não se podem fazer as outras coisas”.

Os últimos registos oficiais sobre o novo coronavírus em Moçambique indicam um total de 28 casos, sem vítimas mortais, e o país vive em estado de emergência durante todo o mês de abril, com espaços de diversão e lazer encerrados, proibição de todo o tipo de eventos e de aglomerações.

Durante o mesmo período, as escolas estão encerradas e a emissão de vistos para entrar no país está suspensa.

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