Política

Covid-19: CDS critica “tostões” do Governo e avisa que “não há margem para mais erros”

Notícias de Coimbra | 4 anos atrás em 20-11-2020

O líder parlamentar do CDS-PP acusou hoje o Governo de responder “com tostões a prejuízos de milhões” devido às medidas de combate à pandemia e avisou o Governo que “não há margem para mais erros”.

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No debate parlamentar sobre a renovação do estado de emergência, Telmo Correia disse que no anterior debate defendeu “que as medidas tinham de ser equilibradas e percetíveis”, frisando que isso foi “tudo o que não aconteceu”.

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“O que vimos foram medidas confusas, impercetíveis ou injustificáveis, conduzindo a concentrações horárias, e de pessoas, evitáveis e, ao mesmo tempo, a prejuízos económicos desnecessários”, lamentou, afirmando que o “Governo respondeu com tostões a prejuízos de milhões”.

Telmo Correia defendeu então que “medidas mais restritivas implicam apoios mais substanciais à economia”, e frisou que “é tempo de o Governo se começar a comportar à altura do que exige aos portugueses”.

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O deputado indicou igualmente que a posição do CDS será “determinada por uma preocupação séria com o que está a acontecer aos portugueses”, avisando que o partido está consciente “da gravidade da situação” e que “não há margem para mais erros”.

Telmo Correia voltou a criticar a gestão da pandemia por parte do Governo, considerando que “nesta segunda vaga falhou redondamente na sua preparação, foi incapaz de prever e de preparar, adotou medias avulsas e muitas vezes contraditórias” e lamentou que o parlamento vote o prolongamento do estado de emergência sem conhecer as medidas que serão implementadas.

“Hoje tomamos decisão sem que o Governo tenha tido a seriedade de partilhar com o parlamento aquilo que vai fazer. Devia ser ao contrário, devíamos saber o quadro de medidas antes de saber a que é que o estado de emergência dará cobertura”, advogou o deputado, considerando ser “coerente com um primeiro-ministro que há 15 dias não se dignou sequer a comparecer no parlamento para discutir esta matéria”.

Sobre a possibilidade de diferenciação das medidas por territórios, o democrata-cristão indicou que isso “foi precisamente” o que o CDS propôs anteriormente, mas o primeiro-ministro “fez ouvidos de mercador” a esta proposta.

O deputado assinalou igualmente que “o Governo que agora diz que vai correr tudo muito bem quando chegar a vacina covid, é o mesmo Governo que fez anúncios e promessas, mas não foi capaz de garantir que tivesse corrido tudo bem com a habitual vacina da gripe este ano”.

O líder do grupo parlamentar centrista criticou ainda a realização do Congresso do PCP, durante a próxima semana, apontando que “é um bom exemplo” de um “negacionismo [que] é de esquerda”.

“Se dúvidas houvesse depois do Avante! e do 1.º de Maio, basta a ver a insistência para perceber que a lei não é igual para todos”, afirmou, notando que “uns têm que ficar fechados em casa ou fechar os seus estabelecimentos, nunca mais de cinco, quando muito meia dúzia de pessoas, mesmo sem estado de e emergência não puderam ir aos cemitérios para visitar os seus mortos, outros podem reunir-se às centenas no fim de semana mais crítico da pandemia”.

“Porquê? Porque são do PCP, e o PS precisa cada vez mais deles para tudo, incluindo para aprovar o Orçamento do Estado”, prosseguiu, defendendo que “tudo o que se exigia” era “um Governo capaz de tomar medidas justas, percetíveis, coerentes e iguais para todos” e que o executivo “vai perdendo o pé e a credibilidade”.

O regime legal do estado de sítio e do estado de emergência estabelece que “as reuniões dos órgãos estatutários dos partidos políticos, sindicatos e associações profissionais não serão em caso algum proibidas, dissolvidas ou submetidas a autorização prévia”.

No final do debate, o parlamento autorizou hoje o Presidente da República a declarar a renovação do estado de emergência em Portugal a partir de terça-feira para permitir medidas de contenção da covid-19, com votos a favor de PS e PSD.

Votaram contra esta renovação do estado de emergência PCP, PEV, Chega, Iniciativa Liberal e a deputada não inscrita Joacine Katar Moreira. BE, CDS-PP e PAN abstiveram-se, enquanto a deputada não inscrita Cristina Rodrigues votou a favor.

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