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Covid-19: Associação pede regime de proteção para trabalhadores diabéticos
Na carta, enviada na quarta-feira e hoje divulgada, a associação afirma que o “momento de emergência de saúde pública” implica a tomada de medidas de exceção e manifesta “toda a disponibilidade e empenho” para colaborar nas medidas que o Governo entender como necessárias e para “reforçar a corrente de solidariedade tão necessária para ultrapassar este período de crise”.
“É com este espírito colaborativo que nos dirigimos ao senhor primeiro-ministro para expressar a nossa inquietação face ao impacto da infeção por covid-19 nas pessoas com diabetes, principalmente naquelas com mais de 60 anos”, que apresentam um maior risco de desenvolver complicações graves e a taxa de mortalidade é mais elevada nesta população, refere a associação na carta.
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A APDS elucida que “se a mortalidade ocorre, em 95% das vezes, nas pessoas com mais de 60 anos, ela acontece principalmente nas pessoas que apresentam condições pré-existentes de doença cardiovascular (cerca de 20%), diabetes (cerca de 10%), insuficiência respiratória (cerca de 8%) e cancro (cerca de 6%).
Tendo consciência desta “crua realidade e do significado destes números”, a APDP manifesta a sua preocupação com as pessoas com diabetes com mais de 60 anos que são profissionalmente ativas e que não apresentam doença incapacitante que justifique uma baixa médica.
“Pelo que sabemos, as pessoas com diabetes acima dos 60 anos não se encontram abrangidas pelo regime de proteção especial publicado no Decreto n.º 2-A/2020 de 20 de março e desconhecemos medidas de apoio específicas para este grupo de risco”, sublinha.
Por esta razão, a associação pede a António Costa para “agir em conformidade e com a celeridade que o tema requer, de forma a que o regime de proteção especial aprovado pelo Governo seja revisto e alargado às pessoas com doença crónica e mais de 60 anos”.
O presidente da APDP, José Manuel Boavida, afirmou na quarta-feira, na conferência de imprensa da Direção-Geral da Saúde, que os diabéticos são um grupo de risco, mas explicou que se a doença estiver “bem compensada”, o risco de ser infetado pelo novo coronavírus é o mesmo da população em geral, sendo por isso importante prevenir, controlando a doença e valorizando a necessidade da proteção especial dos doentes crónicos.
Segundo o secretário de Estado da Saúde, António Sales, a diabetes afeta mais de dois milhões de portugueses, que neste momento “estão mais vulneráveis” e “precisam de uma resposta diferenciadora, que associações como a APDP tem conseguido dar”.
Na carta, a APDP lembra as medidas que tomou para apoiar os doentes no contexto da pandemia de Covid-19, como um sistema de teleconsultas, a criação de uma linha de atendimento telefónico, um serviço domiciliário de entrega de medicamentos e o atendimento presencial de novos casos de diabetes e situações urgentes.
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