Coimbra

Covid-19: Académica com dificuldades nos treinos à distância no futsal de formação

Notícias de Coimbra | 4 anos atrás em 10-02-2021

Os escalões de formação de futsal da Associação Académica de Coimbra (AAC) registaram uma diminuição de atletas por causa da covid-19 e a coordenadora Sónia Ferreira salienta que não é fácil motivar as crianças nos treinos à distância.

Em declarações à agência Lusa, a responsável refere que, pelo facto de estarem em casa, já se nota que os atletas “estão mais desmotivados ou não encontram motivação para fazer exercício à distância, pois esta situação mexe com a saúde de toda a gente, a nível físico e mental”.

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Os jovens dos escalões de formação, que esta época ainda não competiram, treinam através das plataformas digitais duas vezes por semana, em sessões de uma hora que incidem mais na aptidão física.

“Nem todos os atletas aderiram a este sistema de treino, mas temos a grande parte dos meninos a treinar connosco”, realça Sónia Ferreira, que é também treinadora dos iniciados, adjunta nos infantis e jogadora na equipa sénior.

Numa época normal, com competição, a secção de futsal da Académica teria cerca de 150 atletas e, neste momento, conta com quase uma centena.

“Nesta altura, teríamos mais jovens, porque até abrimos mais escalões, mas como não há competição e depois tivemos de voltar a cancelar os treinos presenciais, estamos nesta indefinição que nos preocupa”, refere a coordenadora.

Os escalões de formação vão desde os petizes, crianças com quatro e cinco anos, até aos juvenis (16 anos), passando pelos traquinas, benjamins, infantis e iniciados.

A coordenadora Sónia Ferreira recorda que noutros anos esta era “uma altura em que muitos meninos novos vinham experimentar e o número de atletas ia aumentando, gradualmente, ao longo do ano, o que não aconteceu”.

“Acho que a curto e longo prazo esta situação pode ter algum impacto nos atletas. No nosso caso, isso não se passa, mas pode acontecer, por exemplo, um atleta nunca treinar como júnior e passar para sénior”, especifica.

Se a atual situação pandémica e de confinamento se arrastar por muito mais tempo e a próxima época não se iniciar, Sónia Ferreira teme que possa acontecer as crianças passarem de escalão sem jogarem, não evoluindo de forma correta na modalidade.

O treinador dos iniciados, João Filipe Soares, que também orienta a equipa sénior, adianta que até ao segundo confinamento o futsal estava novamente a ganhar atletas, mas o regresso aos treinos ‘online’ implicou uma nova quebra na adesão.

“Os treinos à distância implicam um trabalho mais saturante e não é tão motivante”, frisa o técnico, salientando que o impacto desta situação em crianças de 10 e 11 anos, que ainda não têm uma paixão pela modalidade, pode ser muito nefasto.

Segundo João Filipe Soares, os atletas dos iniciados até aos juvenis, com “mais certezas do que querem, são os que se mantêm em atividade”.

“A indefinição que vivemos, sem perspetivas se vai haver ou não competição, faz os atletas perderem a motivação e depois não é fácil voltar a motivá-los”, sublinha.

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