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Consumo de queijo baixou com impacto negativo no setor do leite

Notícias de Coimbra | 5 anos atrás em 20-03-2020

O surto de covid-19 está a provocar uma redução no consumo de queijo, gerando impacto negativo nas vendas dos produtores de leite, alertou hoje o secretário-geral da Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP).

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“O impacto é em todo o país, não é só numa região. São as feiras de queijo e os restaurantes que pararam e são as pastelarias que faziam bolos com queijo”, relatou Luís Mira, em declarações à agência Lusa.

De acordo com o mesmo dirigente, os produtores estão atualmente a comercializar o leite a cerca de 70 cêntimos o litro, quando há pouco tempo o preço se situava em 1,30 euros o litro.

Segundo Luís Mira, os consumidores não estão a adquirir queijo fresco nas grandes superfícies comerciais, optando por comprar outro tipo de produtos.

“Não são as grandes superfícies que não estão a adquirir queijo. São os consumidores que não estão a comprar queijo fresco, porque possivelmente, como é um produto com menos validade, optam por outro tipo de produto e, nas suas opções de prioridade, de coisas a levar, o queijo fresco como tem um consumo que tem de ser rápido fica para trás”, disse.

Para fazer face a este problema, Luís Mira explicou que está a ser analisada “uma hipótese” com o Governo para minimizar a situação e evitar uma “perda total” para os produtores de leite.

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“Com o apoio da Secretaria de Estado da Agricultura, arranjarmos aqui uma hipótese, mas terão de ser os produtores a organizarem-se, para o envio do leite para uma torre de secagem em Espanha para fazer leite em pó e pagar o serviço por isso. Não é uma perda total, é a solução que é possível”, referiu.

Quanto às queijarias, o secretário-geral da CAP indicou que se registam casos de encerramento por os funcionários terem de ficar em casa com os seus filhos.

“Não há solução para isso”, lamentou.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, infetou mais de 250 mil pessoas em todo o mundo, das quais mais de 10.400 morreram, enquanto mais de 89.000 recuperaram da doença.

Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se já por 182 países e territórios, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.

Em Portugal, a Direção-Geral da Saúde (DGS) elevou hoje o número de casos confirmados de infeção para 1.020, mais 235 do que na quinta-feira. Já o número de mortos no país subiu para seis.

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