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Conheça o roteiro e a história das Invasões Francesas na Região de Coimbra

Notícias de Coimbra | 4 anos atrás em 12-08-2020

O mapa-roteiro das Invasões Francesas é um novo produto integrado de turismo cultural da Região de Coimbra, financiado pelo Turismo de Portugal, Centro 2020 e União Europeia que integra a estratégia para o sector da Comunidade Intermunicipal da Região de Coimbra e dos municípios que a constituem.

O roteiro  – que está a ser distribuído como suplemento da edição de agosto da revista National Geographic e que faz parte de um trabalho cujos textos foram assinados por Paulo Rolão, fotografias por Mário Rio, ilustrações e infografias por Anyforms,  – detalha, em especial, a terceira invasão ocorrida no atual território da unidade territorial Região de Coimbra.

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De um dos lados do mapa, o roteiro ilustrado inclui o percurso efetuado na região de Coimbra pelo exército de Napoleão Bonaparte, comandado pelo marechal Massena, desde a entrada em território nacional em 1810, pela zona da Beira Alta, até à retirada, derrotado, em 1811.

O roteiro especifica diversos momentos, como saques e confrontos com as tropas portuguesas e inglesas, ilustrado com os protagonistas da altura, os locais emblemáticos situados em vários municípios da região de Coimbra ou outros dados relevantes, como episódios de violência não-militar, centenas de violações e assassínios ocorridos em particular no interior centro.

Embora detalhando inúmeros episódios, alguns indiretos, ocorridos nos 19 municípios da CIM/RC, o roteiro não é exaustivo, já que deixa de fora a localização do primeiro quartel general britânico em Portugal (após o desembarque das tropas inglesas na Figueira da Foz, na margem esquerda rio Mondego a 01 de agosto de 1808), estabelecido numa casa particular de Lavos, freguesia que possui um memorial evocativo, inaugurado na celebração dos 200 anos, em 2008.

Aliás, na referência à Figueira da Foz, o mapa possui uma gralha, já que situa em junho de 1908 a tomada do forte de Santa Catarina à pequena guarnição francesa que o ocupava, quando esta ocorreu, sim, em 1808, cerca de um mês antes do desembarque das tropas.

No outro lado do mapa é detalhada, a nível militar, a batalha do Bussaco, o confronto que opôs cerca de 65 mil franceses a 50 mil luso-ingleses e que terminou com o exército francês obrigado a contornar a serra na sua caminhada para Lisboa, onde não chegou após não ter conseguido ultrapassar as linhas defensivas de Torres Vedras.

Os franceses acabaram por retirar do país embora saqueando e pilhando, pelo caminho, diversas localidades dos municípios de Condeixa-a-Nova, Vila Nova de Poiares ou Pampilhosa da Serra, entre outros.

Ouvido pela Lusa, o secretário executivo da CIM Região de Coimbra, Jorge Brito, frisou que o mapa-roteiro hoje apresentado no convento de Santa Cruz do Bussaco resultou de um “trabalho exaustivo e com rigor científico”, elaborado com base numa perspetiva histórica, cultural e patrimonial das invasões francesas.

O roteiro, adiantou, junta episódios “mais conhecidos” como as batalhas do Bussaco ou a de Foz de Arouce, na Lousã, já na retirada das tropas francesas, a outros menos conhecidos, como o da ponte da Mucela, em Vila Nova de Poiares, que estava inoperacional e que os invasores franceses procuravam reparar para o seu exército poder avançar, o que não foi conseguido, resultando na destruição pelo fogo da aldeia de Santo André de Poiares.

Para além do produto agora apresentado, Jorge Brito anunciou que uma segunda fase do projeto passa pela criação de um sistema de realidade aumentada “que permita a que um visitante, num determinado local, apontando a câmara do seu telemóvel, possa ver uma simulação das batalhas e de outro episódios” das invasões francesas.

Uma terceira fase, já de âmbito nacional, prevê a utilização de equipamentos de realidade virtual nos principais locais associados às três invasões francesas – do Bussaco às Linhas de Torres, passando pelo Vimeiro ou Elvas, entre outros – numa “abordagem de tecnologia imersiva” que permita que o visitante possa “participar” da própria batalha ou vivenciar outros acontecimentos da altura.

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