Portugal
Congresso Internacional de Cerâmica promove tours para explorar património de norte a sul do país
Os municípios de Alcobaça e Caldas da Rainha, em colaboração com a Associação Portuguesa de Cidades e Vilas de Cerâmica (AptCVC), acolhem até 20 de setembro de 2024 o 51º Congresso da Academia Internacional de Cerâmica (AIC).
O evento de renome internacional realiza-se pela primeira vez em Portugal, reúne cerca de 300 especialistas de 50 países e representa uma oportunidade única para celebrar e promover a rica herança cerâmica portuguesa. No âmbito do congresso, serão realizados dois tours exclusivos pelo país, focados na exploração e promoção do património cultural e cerâmico, proporcionando aos participantes uma visão profunda e diversificada das tradições cerâmicas em diferentes regiões de Portugal.
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O tour pré-Congresso, que aconteceu de 13 a 15 de setembro, levou os participantes ao sul do país, num itinerário iniciado em Lisboa que seguiu para Estremoz, famosa pelas suas figuras de barro, classificadas como Património Imaterial da Humanidade pela UNESCO, e pelo seu Museu Berardo do Azulejo. Os participantes também visitaram o município de Redondo, para conhecer a produção tradicional de olaria, e Évora, uma cidade rica em história e conhecida pela cerâmica utilitária, onde as tradições seculares se mantêm vivas.
O tour incluíu paragens em Reguengos de Monsaraz e S. Pedro do Corval, o maior centro oleiro do país, onde a cerâmica de barro é a principal protagonista, Viana do Alentejo e as suas cerâmicas tradicionais, onde já existiu um importante centro cerâmico nos anos 60, e Montemor-o-Novo, onde funcionam as Oficinas do Convento, membro da Academia Internacional de Cerâmica, e as suas Oficinas da Cerâmica e da Terra.
Entre os dias 21 e 23 de setembro, decorrerá o tour pós-Congresso, que se concentrará no norte e centro de Portugal. Os participantes iniciarão este percurso nos municípios das Caldas da Rainha e Alcobaça, centros históricos de produção cerâmica, conhecidos pela cerâmica artística e utilitária, com destaque para a louça decorativa das Caldas.
A primeira paragem será em Coimbra, onde os visitantes terão a oportunidade de explorar a cerâmica decorativa, especialmente nos azulejos que revestem muitos dos edifícios da cidade. Seguem-se Aveiro e Ílhavo, onde se encontra a famosa e prestigiada fábrica da Vista Alegre, ícone da porcelana portuguesa. Em Barcelos, o foco será a cerâmica popular, com destaque para os tradicionais galos de cerâmica, símbolo da cultura popular portuguesa.
No Porto serão visitados alguns monumentos onde existem excelentes coleções de azulejos, bem como os atelier de membros portuguesas da Academia Internacional, Sofia Beça e João Carqueijeiro. O tour culminará em Tondela e Molelos, onde a cerâmica de barro preto é a estrela e a tradicional cozedura da Soenga, e terminará em Lisboa, oferecendo uma última oportunidade para explorar a capital.
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O programa do congresso propriamente dito, que arrancou na segunda-feira, apresenta um programa repleto de conferências, debates e exposições. Sob o tema “A Cerâmica no Mundo Mediterrânico: da Antiguidade à Contemporaneidade”, o congresso inclui apresentações de especialistas internacionais, sessões de discussão centradas nas últimas tendências e desafios da cerâmica, e um conjunto de visitas culturais a museus, fábricas e ateliers em Alcobaça e Caldas da Rainha.
Além disso, foram inauguradas duas grandes exposições cerâmicas – uma de âmbito internacional e outra de âmbito nacional –, que estarão abertas ao público até outubro. O evento conta ainda com uma visita cultural a Lisboa, com passagem pelo Museu Nacional do Azulejo e pelo Museu Gulbenkian com regresso por Mafra visitando o Centro de Interpretação da Olaria daquela cidade.
O evento, de grande relevância para o setor, realiza-se de dois em dois anos e reúne profissionais, académicos, galeristas, curadores, museus, centros de arte e entusiastas da cerâmica de todo o mundo, contribuindo de forma decisiva para a promoção dos destinos anfitriões e de novos relacionamentos entre instituições e ainda para o desenvolvimento de sinergias necessárias à divulgação da arte cerâmica.
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