Coimbra
Condeixa promove Festival de Teatro Deniz Jacinto
Para dignificar e perpetuar a memória de um dos mais importantes teatrólogos nacionais, o Município de Condeixa promove, de 9 de janeiro a 7 de fevereiro, o I Festival de Teatro Deniz-Jacinto, no âmbito das comemorações do centenário do seu nascimento.
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Nascido em Condeixa-a-Nova, a 8 de janeiro de 1915, Manuel Deniz-Jacinto, admirador confesso da arte teatral, dedicou a maior parte da sua vida a esta paixão. Neste sentido, o Município de Condeixa institui este ano o I Festival de Teatro Deniz-Jacinto, um evento que pretende, acima de tudo, dignificar, valorizar e promover este condeixense que muito contribuiu para inspirar outros condeixenses na arte da representação.
A programação estará repleta de várias atuações cénicas, com imensas personagens a subir ao palco do Cine-Teatro de Condeixa, num evento para o público em geral, com entradas livres.
09 de janeiro: estreia da peça “A exceção e a regra”, da Oficina de Teatro da Associação Orfeão Dr. João Antunes. Uma demonstração da forma épica de fazer teatro, com o simbolismo dos personagens a demonstrar o capitalismo, influenciando o comportamento e julgamento humanos.
23 de janeiro: “Harpagão – O Velho Avarento”, uma encenação do Teatro Olimpo. Um conjunto de peripécias que giram em torno de um velho avarento que, durante anos a fio, submete a uma penúria extrema todos os que com ele vivem. No entanto, as coisas complicam-se…
24 de janeiro: dirigida especialmente a um público infantojuvenil, “As Viagens de Gulliver”, do Teatro Amador de Pombal, é uma adaptação livre do romance homónimo de Jonathan Swift, recheada de humor e muitas peripécias.
30 de janeiro: “Muito Molière”, do Teatro Experimental de Mortágua (TEM), numa adaptação de três peças de Molière – “O Avarento”, “Médico à Força” e “As Mulheres Sábias”- que cedem as suas personagens e situações para uma única comédia, onde a crítica social é revestida de um grande sentido de humor.
06 de fevereiro: “Médico à Força”, da Companhia de Teatro Ultimacto, numa adaptação da famosa peça de Molière. Trata-se de uma comédia hilariante repleta de equívocos e uma série de peripécias em torno de um médico, dos seus diagnósticos e até dos remédios que receita.
07 de fevereiro: “A Cinderela”, da Companhia de Teatro “A Capoeira”, fará as honras de encerramento da jornada. Numa encenação que recorre à técnica de manipulação direta de marionetas, “Cinderela” é tudo aquilo que imaginamos, numa memorável visita ao mundo dos contos de fadas.
Em simultâneo, estará patente no mesmo local a exposição “Teatros com História”, uma mostra cedida pelo Museu Nacional do Teatro e da Dança, que conta com diversas maquetes de fachadas de teatros que se distinguiram a nível nacional na divulgação da arte teatral.
Deniz-Jacinto deu corpo e vida a muitas personagens de Gil Vicente, das quais o “Diabo” foi sem dúvida a maior. Para muitos, trata-se da melhor representação do “Diabo” da Trilogia das Barcas. “Deniz Jacinto foi o melhor ‘Diabo’ que alguma vez se viu no Auto da Barca do Inferno. Era um ator extraordinário com grandes recursos histriónicos e gestuais”, no dizer de Óscar Lopes.
Foi cofundador do Teatro dos Estudantes da Universidade de Coimbra (T.E.U.C.) e presidente do Orfeon Académico de Coimbra e da Associação Académica de Coimbra.
Foi preso pela PIDE, cumprindo pena na cadeia do Aljube e Forte de D. Luís I (Forte-prisão de Caxias) entre 1949 e 1953.
Em 1988, recebeu a Comenda da Ordem do Infante D. Henrique, atribuída pelo então Presidente da República, Mário Soares. Foi ainda homenageado com a Medalha de Mérito Cultural da Câmara Municipal de Coimbra (1996) e a Medalha de Honra da Universidade de Coimbra (1997), entre outras distinções.
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