Coimbra
População de Condeixa tem falta de vitamina D
A carência de vitamina D é um problema real e muito prevalente e, atendendo às suas implicações clínicas, merece total atenção e capacidade de atuação de modo a melhorar os cuidados prestados à população.
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Nesse sentido e para conhecer melhor a realidade portuguesa, uma equipa de investigadores da Unidade de Saúde Familiar (USF) de Condeixa e da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra desenvolveu o estudo “A Vitamina D nos Cuidados de Saúde Primários, a importância do seu doseamento e a sua suplementação”.
Neste estudo, no que diz respeito ao status de vitamina D, classificou-se a população em 3 grupos distintos de acordo com níveis sérios de vitamina D: deficiência (≤ 20ng/ml), insuficiência (21-29 ng/ml) e suficiência (≥ 30 ng/ml).
Deste modo, concluiu-se que 40% da amostra estudada apresentava níveis deficientes de vitamina D e 42% níveis insuficientes. Assim, apenas 19% dos indivíduos estudados apresentou níveis de vitamina D suficientes e, portanto, considerados adequados.
Além de permitir verificar que a maioria da amostra apresenta défice importante de vitamina D, permite também concluir que existe uma maior proporção de mulheres com níveis de deficiência comparativamente com homens (53,49% vs. 24,84%).
Ao relacionarmos o doseamento séricos de vitamina D e o mês da colheita, verificou-se uma maior suficiência no mês de setembro (30,36%) e menor no mês de outubro (14,29%).
Segundo Alexandre Marques, médico responsável pelo estudo, “Este elevado défice de vitamina D demonstrada no século XXI, deve-se, essencialmente, à diminuição da síntese cutânea desta vitamina, em grande parte associada ao estilo de vida frenética das populações urbanas. Como se sabe, a maior fonte de vitamina D para humanos é a exposição solar que está drasticamente diminuída, uma vez que grande parte dos indivíduos realiza a maior parte das suas atividades diárias em ambientes fechados. Também a utilização de protetores solares, que reduzem significativamente a absorção de raios UVB (proteção de 30 reduz em > 95%) têm contribuído para este fenómeno”.
Para este estudo, que decorreu entre maio e outubro de 2016, foram realizados doseamentos de vitamina D numa amostra populacional de 329 pessoas, sendo que 172 (52,28%) foram em mulheres e 157 (47,72%) em homens. A idade média dos indivíduos participantes foi de 59,61±5,35 anos, sendo o mínimo 50 e máximo 69 anos.
A população do estudo foi constituída por utentes inscritos na USF Condeixa e foi selecionada de modo aleatório após randomização. Foram considerados como critérios de inclusão: idade ≥ 50 e ≤ 69 anos e inscrição ativa como utentes USF Condeixa. Foram excluídos da análise os indivíduos sob suplementação com cálcio e/ou vitamina D; diagnóstico conhecido de osteoporose e sinais e/ou sintomas de hipervitaminose D.
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