Helena Sarmento idealizou o espetáculo que vai ser o grande final da programação da 4.ª edição de Abril no Feminino, com um alinhamento musical profundamente enraizado no espírito de Abril e a proposta de reflexão sobre os valores da Revolução dos Cravos e a condição da mulher na nossa sociedade. O jornalista e autor Miguel Carvalho é o orador convidado para esta apresentação em Coimbra.
Para o último dia da 4.ª edição de Abril no Feminino a proposta é ainda mais especial: o concerto comentado «Liberdade, Liberdade! — Espelho do que somos e do que queremos ser», por Helena Sarmento, a realizar-se no dia 30 de Abril (Quarta-feira), às 21:30, na Sala São Tomás do Seminário Maior de Coimbra. As reservas já se encontram abertas, através dos números 962 610 050 e 918 431 155. Os bilhetes poderão ser adquiridos no local no próprio dia do concerto, a partir das 18:00, com o valor de entrada de dez euros.
Acompanhada por Pedro Martins (guitarra portuguesa), Lucas de Campos (viola) e Filipe Teixeira (baixo), a voz de Helena Sarmento conduz-nos por um alinhamento musical profundamente enraizado no espírito de Abril, evocando nomes como José Afonso, Adriano Correia de Oliveira, Manuel Alegre ou Alain Oulman.
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Helena Sarmento iniciou o seu percurso criativo e de pesquisa musical em 2003, afirmando-se, desde então, como uma das vozes mais singulares do fado contemporâneo. Por forte influência familiar, o fado esteve sempre presente — era presença viva nas tertúlias culturais promovidas pelo seu pai, o escritor Joaquim Sarmento.
A sua arte tem sido amplamente reconhecida por críticos e especialistas. Para o musicólogo Rui Vieira Nery, «a Helena Sarmento não é a 2.ª Amália, nem a 3.ª Hermínia, nem a 4.ª Fernanda Maria: é a 1.ª Helena Sarmento. (…) Temos a sensação do novo». O escritor Fernando Dacosta descreve-a como «discreta, secreta, [alguém que] encetou a sua afirmação fora das correntes dominantes, norteada por uma exigência e uma lucidez inamovíveis.»
Ao longo dos anos, conquistou espaço na cena nacional e internacional, actuando em Espanha, França, Alemanha, Polónia, Brasil e Argentina. A sua discografia reúne cinco álbuns: «Fado Azul» (2011), «Fado dos Dias Assim» (2013), «Lonjura» (2018, Disco Antena 1), «Liberdade, liberdade!» (2022) e «Tanto Mar» (2024). Os dois primeiros foram editados internacionalmente pela francesa Sunset France.
Em 2024, concebeu e apresentou o ciclo de concertos comentados «Liberdade, liberdade! — Espelho do que somos e do que queremos ser», que é agora apresentado em Coimbra.
“”Tanto Mar” é uma espécie de canção cravo à lapela, ainda e sempre, a fazer a ponte para o outro, com raízes sólidas, cheirinho a liberdade e a força de um vendaval poético.»
— Miguel Carvalho
O jornalista e autor Miguel Carvalho junta-se ao momento enquanto orador convidado, com uma intervenção dedicada ao tema «O princípio do livre pensamento, da livre opinião e da tolerância». Natural do Porto, Miguel Carvalho iniciou a sua carreira no Diário de Notícias (1989-1997), passando depois pelo semanário O Independente (1997-1999) e pela revista Visão, onde permaneceu entre 1999 e 2023.
Distinguido com vários prémios de jornalismo, entre os quais o Prémio Orlando Gonçalves (2008 e 2020), o Grande Prémio Gazeta do Clube dos Jornalistas (2009), o Prémio Gazeta de Imprensa (2022) e o Prémio de Jornalismo de Excelência Vicente Jorge Silva (2023), é também autor de sete livros. Os seus dois títulos mais recentes — Quando Portugal Ardeu (Oficina do Livro, 2017) e Amália – Ditadura e Revolução, a História Secreta (Dom Quixote, 2020) — somam já 11 edições.
Nos últimos anos, tem-se dedicado à investigação sobre o radicalismo de direita em Portugal. Em 2024, concebeu e moderou os ciclos de conversas «As Portas que Amália Abriu – Fado e Liberdade», no Museu do Fado, e «Chega de Saudade. Portugal Hoje», na Biblioteca Municipal de Lagos.
Neste tempo em que o medo, a regressão de direitos e a erosão de liberdades ganham terreno, Abril no Feminino reafirma-se como projeto de resistência e esperança, acreditando na Cultura como lugar de construção de pontes e de paz. Este concerto é o culminar simbólico de uma edição intensa e plural — e um convite à celebração ativa da liberdade.
O programa completo de Abril no Feminino, criado por Margarida Mendes Silva e com produção da Cultura e Risco – Associação Cultural, está disponível em www.abrilnofeminino.pt.
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