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Companhias aéreas europeias esperam verão semelhante a 2019 e “longas filas”
A Airlines for Europe (A4E), a maior associação de companhias aéreas europeias, espera que já este verão o tráfego aéreo atinja 90% dos níveis de 2019, antes da pandemia, prevendo ainda “longas filas de espera” nos aeroportos europeus.
Numa altura em que vários aeroportos na União Europeia (UE) registam elevada procura e tempos de espera acima do normal, a A4E afirma numa posição enviada à agência Lusa que “durante o próximo período de pico do verão, espera-se que o tráfego atinja 90% dos níveis de 2019 e que o exceda para alguns destinos”, sendo que “algumas companhias aéreas já estão a apresentar um desempenho acima dos volumes pré-covid-19”, recorrendo às estimativas da Organização Europeia para a Segurança da Navegação Aérea (Eurocontrol).
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Porém, como “esta recuperação está a acontecer mais rapidamente do que o ritmo a que a indústria, particularmente os aeroportos, pode contratar pessoal e as autoridades nacionais são capazes de realizar verificações dos antecedentes do pessoal”, estão a registar-se então atrasos para os passageiros, que são “agravados por um mercado de trabalho limitado”, acrescenta a associação à Lusa.
A estimativa da A4E é que, nos próximos meses, “estes desafios operacionais possam resultar em atrasos acrescidos, […] longas filas de espera em todo o terminal, e, no pior dos casos, passageiros a perder o seu voo”.
À semelhança do que acontece em Lisboa, a associação exemplifica na posição enviada à Lusa que o aeroporto de Schiphol, na cidade holandesa de Amesterdão, já solicitou às companhias aéreas que cancelassem voos ou impedissem novas reservas para evitar a sobrelotação no terminal, enquanto o aeroporto alemão de Frankfurt planeia operar com capacidade reduzida em junho e julho, tendo feito solicitações semelhantes às transportadoras.
“São esperadas questões semelhantes noutros aeroportos europeus importantes durante o verão”, assinala.
De acordo com a A4E, “à medida que a indústria se reconstrói e se prepara para as operações antes de uma época de verão agitada, uma combinação de falta de pessoal nos aeroportos europeus e de pessoal de terra, taxas de absentismo mais elevadas devido a doenças relacionadas com a covid-19 e um atraso nas aprovações de passes de segurança, está a conduzir a grandes desafios operacionais”.
E, além disso, “o tráfego tornou-se muito mais concentrado em períodos de pico”, justifica a associação na posição enviada à Lusa.
Esta entidade representativa admite que tais situações têm “uma consequência direta nas operações” das transportadoras aéreas europeias, causando um “impacto económico substancial” e “taxas aeroportuárias e custos mais elevados”.
“As companhias aéreas reconhecem as causas das limitações de capacidade aeroportuária e que estão a ser feitos esforços para encontrar soluções”, porém “é a principal responsabilidade dos aeroportos garantir que as operações sejam seguras, eficientes e capazes de satisfazer a procura”, mas, “dececionantemente, alguns deles não conseguiram evitar estrangulamentos”, lamenta a A4E.
Para resolver esta situação, a associação sugere “processos acelerados de verificação de antecedentes e aprovação de segurança pelas autoridades nacionais” na contratação de pessoal, pedindo ainda às gestoras aeroportuárias que, juntamente com os prestadores em terra, atuem para “gerir estes estrangulamentos”.
A A4E representa 16 das principais companhias aéreas europeias, como a TAP, Ryanair, Air France-KLM, EasyJet, Lufthansa, entre outras, o equivalente a 70% do tráfego europeu.
As empresas da A4E transportaram 270 milhões de passageiros em 2021, contra 700 milhões em 2019, devido à pandemia.
A covid-19 causou uma contração histórica na indústria aeronáutica europeia, que está agora a recuperar apesar do impacto da guerra da Ucrânia na procura, com o tráfego aéreo a passar de 68% dos níveis de 2019 em janeiro para 79% em abril passado.
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