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“Como é antigo o passado recente” no Convento São Francisco

NOTÍCIAS DE COIMBRA | 2 horas atrás em 17-10-2024

A instalação de autoria de Ana Vidigal, “Como é antigo o passado recente”, doada à cidade pela artista, vai ser novamente apresentada no sábado, 19 de outubro, pelas 17:00, na Sala Capítulo do Convento São Francisco.

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A artista vai estar presente num espaço de conversa aberta com o público. Ana Vidigal é uma das artistas portuguesas mais reconhecidas da sua geração, com um percurso relevante na cena artística contemporânea portuguesa e internacional. Em “Como é antigo o passado recente”, trabalha sobre a memória e o tempo, temáticas muito presentes na obra da artista.

A instalação “Como é antigo o passado presente” foi pensada para a Sala do Capítulo e foi doada à Câmara Municipal de Coimbra, passando, assim, a integrar a coleção de arte contemporânea do Património Artístico do Município.

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“Ao ver a sala do Convento São Francisco em Coimbra que me foi destinada, imaginei-me dentro de uma das minhas caixas de memórias alheias, submersa em centenas de papeis vegetais grosseiramente dobrados, mas delicadamente desenhados a lápis por uma das minhas avós, a materna, com os elementos decorativos que me aconchegaram a infância dourada e a conturbada adolescência, nos lençóis da minha cama de solteira”, recordou Ana Vidigal, em 2022, quando apresentou a sua obra, entre abril e junho de 2022 no Convento são Francisco.

“O meu trabalho sempre foi debruçar-me sobre aquilo que não me pertence, uma espécie de roubo autorizado, pois na maior parte das vezes é consentido por quem, generosamente me confia a sua identidade como se se tratasse de uma caixa de chocolates, onde na minha intimidade, me lambuzo e me reconstruo”, acrescentou a artista.

“Como é antigo o passado presente” é uma obra de grande escala, onde Ana Vidigal trabalha sobre a memória e o tempo, temáticas muito presentes na obra da artista. O curador Hugo Dinis descreve-a, na folha de sala da exposição, da seguinte forma: “Ocupando a totalidade das paredes do espaço expositivo com a ampliação de imagens do seu arquivo pessoal, a artista questiona os acontecimentos presentes à luz de um passado histórico recente”.

A obra vai estar exposta até ao dia 10 de dezembro, na Sala do Capítulo, e pode ser vista de quarta a segunda-feira, das 15:00 às 20:00. A última entrada é às 19:30.

Ana Vidigal é uma das artistas portuguesas mais reconhecidas da sua geração, com um percurso relevante na cena artística contemporânea portuguesa e internacional. Na sua obra tem abordado questões relacionadas com a memória familiar e o universo feminino.

O trabalho de Ana Vidigal caracteriza-se, também, por uma experimentação permanente de diferentes técnicas, materiais e meios de expressão. A pintura, mas também a colagem, “assemblage” e a instalação são técnicas que a artista tem explorado numa abordagem interdisciplinar e interpelante das fronteiras convencionais da arte.

A integração da obra “Como é antigo o passado recente” no espólio da Câmara Municipal de Coimbra é, pois, de grande importância e representa o enriquecimento da sua coleção de arte contemporânea.

Ana Vidigal nasceu em Lisboa, em 1960. Expõe, individualmente, desde 1981. É licenciada pela ESBAL (1984). Foi bolseira da Fundação Calouste Gulbenkian (1985-87) e pintora residente do Museu de Arte Contemporânea do Funchal (1998-99).

Em 1995 e em 2002 foi convidada pelo Metropolitano de Lisboa para a execução de painéis de azulejos para as estações de Alvalade e de Alfornelos (construída). Representou Portugal na Bienal de Sharjha em 2009. Realizou a sua primeira exposição antológica, na Fundação Calouste Gulbenkian, em 2010, intitulada Menina Limpa, Menina Suja, com curadoria de Isabel Carlos. Está representada em diversas coleções publicas e privadas em Portugal e no estrangeiro.

Atualmente, o Centro de Criação Contemporânea Olivier Debré (CCC OD), em Tours, dedica uma exposição à obra da artista. Inaugurada a 4 de outubro, “Pour voir, ferme les yeux” é a primeira exposição individual de Ana Vidigal em França.

Com curadoria de Élodie Stroecken, a mostra reúne obras inéditas e uma seleção de trabalhos mais recentes. Ana Vidigal já tinha apresentado o seu trabalho no CCC OD em 2022, integrando a exposição coletiva “Tout ce que je veux. Artistes portugaises de 1900 a 2020”.

Regressa, agora, ao CCC OD, um prestigiado centro de criação contemporânea no panorama francês e internacional, com esta exposição, patente até março de 2025. A exposição contou com o apoio da delegação francesa da Fundação Calouste Gulbenkian. 

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