Política
Comissão Política do PSD reúne-se na quinta-feira para convocar próximo Conselho Nacional
A Comissão Política Nacional do PSD vai reunir-se na quinta-feira para convocar o Conselho Nacional extraordinário, que terá de aprovar as datas das eleições diretas para escolher o próximo presidente do partido e do congresso.
Segundo fonte da direção, a reunião da direção alargada social-democrata será por via digital.
De acordo com os estatutos dos PSD, o Conselho Nacional reúne ordinariamente de dois em dois meses e, extraordinariamente, a requerimento da Comissão Política Nacional, da direção do Grupo Parlamentar, ou de um quinto dos seus membros.
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Na quinta-feira, a direção alargada deverá igualmente discutir a proposta de calendário eleitoral interno a fazer ao Conselho Nacional, mas esse cronograma só tem de ser oficialmente divulgado na convocatória do órgão máximo entre Congressos, com um mínimo de sete dias de antecedência.
De acordo com a mesma fonte, o Conselho Nacional só deverá realizar-se na semana seguinte à repetição das eleições legislativas no círculo da Europa, marcadas para 12 e 13 de março, pelo que a convocatória só terá de seguir na próxima semana.
No último Conselho Nacional, que se realizou em 19 de fevereiro em Barcelos (Braga) foi aprovada uma proposta subscrita pela maioria das distritais para que, num prazo máximo de vinte dias (ou seja, até 11 de março), se realizasse uma nova reunião deste órgão para aprovar o calendário de eleições diretas e Congresso.
No entanto, o presidente do Conselho Nacional, Paulo Mota Pinto, afirmou logo nessa ocasião que só seria marcada nova reunião depois de o presidente do PSD, Rui Rio, e a direção abrirem o processo eleitoral, sendo a reunião de quinta-feira da Comissão Política o primeiro passo nesse sentido.
Rui Rio, que foi reeleito no final de novembro do ano passado, já manifestou vontade de sair da liderança do PSD na sequência da derrota eleitoral nas legislativas, mas tem pedido “tranquilidade e serenidade” no processo eleitoral.
Se no Conselho Nacional de Barcelos, Rio até colocou três cenários para a sua saída – incluindo ficar até ao final do mandato ou fazer um ano de mandato desde que existisse uma razão de “interesse público” -, o presidente do PSD reiterou no domingo querer que o processo fique resolvido até ao Verão.
“É uma questão de isto se fazer com calma, com maturidade, com sentido de responsabilidade, ou fazer como alguns, internamente, parece que querem, que é ao pontapé e de qualquer maneira. Pode-se fazer ao pontapé e de qualquer maneira, mas o PSD tem um futuro, não morre já aqui e devia preparar esse futuro”, afirmou Rui Rio aos jornalistas, no domingo, em Paris, onde esteve com a comunidade portuguesa no âmbito da repetição das eleições no círculo eleitoral da Europa.
Face a movimentações internas com vista a apressar este movimento como, por exemplo, um pedido de “demissão imediata” de Rio por parte da assembleia distrital de Setúbal do PSD, o líder social-democrata lembrou que não se organizam eleições internas em 15 dias.
“Não se consegue fazer eleições diretas e congresso, alguns pensam que se pode fazer em 15 dias, mas é impossível. Demora muito tempo. Discussão do programa do Governo, é impossível, discussão do Orçamento do Estado, é impossível. As pessoas não estão a ver bem o que estão a fazer”, argumentou.
Para o presidente social-democrata, o que faz sentido é realizar as eleições até ao fim da sessão legislativa, entendida como terminando politicamente em julho, embora legalmente só acabe em setembro de 2023.
Por enquanto, ainda não há nenhum candidato assumido à liderança do PSD – a marcação das eleições diretas é normalmente o pontapé de saída do processo – sendo os nomes mais falados o de Luís Montenegro e Ribau Esteves, presidente da Câmara de Aveiro, o único que afirmou publicamente estar a ponderar disputar a presidência do partido.
Miguel Pinto Luz, Paulo Rangel ou Jorge Moreira da Silva são outros possíveis candidatos que ainda não admitiram ou afastaram essa hipótese.
De acordo com os resultados provisórios das legislativas de 30 de janeiro, o PSD conseguiu cerca de 29% dos votos e 78 deputados (a confirmar-se um eleito pela Europa quando for repetida a eleição), menos um do que os 79 eleitos em 2019 e ficando mais de 13 pontos percentuais do PS, que obteve a segunda maioria absoluta da sua história.
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