Coimbra

Coimbra suspende linha da Ecovia onde circulavam três pessoas por dia

Notícias de Coimbra | 3 anos atrás em 10-01-2022

A Câmara de Coimbra aprovou hoje a proposta de suspensão da linha roxa da Ecovia, que era utilizada por menos de três pessoas por dia, com a vereadora Ana Bastos a prometer uma revisão do sistema que diz ser deficitário e mal planeado.

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A Ecovia foi um sistema relançado pelo anterior executivo (liderado pelo PS), com parques de estacionamento onde os utentes podem deixar os seus carros e seguirem em pequenos autocarros elétricos que têm como destino a Universidade e o Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC).

Pouco mais de seis meses depois e com novo executivo a liderar o município (coligação Juntos Somos Coimbra), a Câmara Municipal decidiu suspender a linha roxa, que fazia a ligação entre o Vale das Flores e o CHUC.

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“Continuo a defender a Ecovia, se não propunha a extinção de todas as linhas [são três]. Este serviço fica muito caro para os SMTUC [Serviços Municipalizados de Transportes Urbanos de Coimbra], com autocarros a fazerem 80 viagens por dia para transportar em média duas ou três pessoas por dia, em cada uma das linhas”, sustentou a vereadora com competências na matéria, Ana Bastos, durante a reunião do executivo.

Para Ana Bastos, a linha roxa, ao contrário das restantes duas linhas, não apresentava potencial de crescimento, referindo que esta suspensão permite libertar quatro motoristas e dois miniautocarros que serão “extremamente necessários para repor carreiras regulares”.

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A vereadora disse aos jornalistas que todo o sistema será reavaliado “dentro de um ano”, havendo o objetivo do município de alargar o sistema, de uma “forma mais sustentada e planeada”.

De momento, notou Ana Bastos, os parques da Ecovia situam-se dentro da malha urbana da cidade, após as zonas de maior tráfego automóvel, considerando que é necessário criar parques periféricos, fora de Coimbra, para convidar as pessoas “a largar o carro e a entrar na rede normal de transportes públicos”.

Segundo a vereadora, esta política terá de ser acompanhada de um maior controlo e condicionamento do estacionamento no centro da cidade, nomeadamente na Alta de Coimbra, onde está o Polo I da Universidade, ou nos arruamentos próximos do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra.

“Tem que ser uma política da cenoura e do bastão”, frisou.

De acordo com o relatório disponibilizado pelos serviços camarários, as três linhas em conjunto transportaram em média menos de nove passageiros por dia, sendo que em novembro, mês de maior utilização, a média de passageiros diários foi de 16.

Os quatro vereadores do PS votaram contra a suspensão da linha roxa, justificando o seu voto por não terem sido apresentados “dados concretos que fundamentem a extinção desta linha” (o relatório dos serviços não foi disponibilizado antes da reunião).

“Por outro lado, não é apresentada qualquer estratégia para a dinamização deste serviço que consideramos fundamental para a descarbonização da cidade e para retirar tráfego automóvel de zonas da cidade sujeitas a uma enorme pressão de estacionamento”, criticam.

Os vereadores do PS defendem a retoma do contacto com os conselhos de administração das unidades hospitalares da cidade, reuniões com municípios vizinhos, criação de novos parques e implementar uma linha que possa servir a Baixa da cidade, entre outras propostas.

Durante a reunião, os vereadores do PS apresentaram também os seus contributos para o Orçamento Municipal (que vai ser analisado em reunião extraordinária a 17 de janeiro), propondo, entre outras medidas, um reforço de verbas no programa de reabilitação urbana, uma via entre Santa Clara e São Martinho do Bispo, uma rede pública de creches, e o programa “Cuidador do Espaço Público”, para constituir uma bolsa de cidadãos com a função de identificar problemas na sua comunidade e transmiti-los à autarquia.

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