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Coimbra representada em Teerão através do músico Mário de Braga no Festival Fajr
O músico Mário de Braga, anteriormente conhecido como Mário Moita, participa no próximo dia 20 no Festival Internacional de Música Fajr, em Teerão, anunciou o próprio.
O festival surgiu em 1986 e é um dos principais festivais daquele país islâmico, onde em edições anteriores participaram os fadistas Camané e Ricardo Ribeiro.
Mário de Braga recuperou a tradição do fado ao piano, do século XIX, e tem atuado regularmente no estrangeiro. Além do Brasil, onde, participou, em 2013 na Virada Cultural de S. Paulo, e em 2016 no festival Fenaostra, em Florianópolis, tendo também atuado em cerca de 30 países, entre eles Espanha, Macedónia do Norte, Estados Unidos e Japão.
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Na capital iraniana, Mário de Braga vai apresentar-se ao piano, acompanhado por Jorge Silva, na guitarra portuguesa, e por Urbano Oliveira, na percussão.
Para o músico, apresentar-se no Irão “é uma oportunidade de levar a música portuguesa”.
Depois de ter ultrapassado um problema de saúde, em 2001, o seu objetivo é o de “correr o máximo de países e poder contribuir para a divulgação da cultura [portuguesa]”, afirmou em declarações à agência Lusa.
Referindo-se ao espetáculo no Festival Fajr afirmou: “Apenas quero ir cantar lá, e fazer uma grande noite de Portugal, num país onde normalmente não se faz ouvir a música portuguesa”.
Mário de Braga, natural do Alto Alentejo, disse que vai abrir a sua atuação cantando ‘a cappella’ “um tema do Cancioneiro alentejano, recordando a herança árabe que o Alentejo tem”, seguindo com temas como “O Luar é Meu Amigo”, música de sua autoria para um poema de Alberto Janes.
“Apresentarei um repertório romântico e alegre como é habitual”, disse.
Do alinhamento do espetáculo que apresentará no Festival Fajr, Mário de Braga referiu “Lisboa à Noite”, “Na Estrada da Tua Casa”, “Coimbra”, “Minha Terra é Linda”, “Ai, ai, Meus Senhores” e “Ondas do Douro”, com que terminará.
Questionado pela mudança de nome, depois de 40 anos de carreira, o músico afirmou: “Mudei de nome para Mário de Braga por uma questão de numerologia e o nome de Moita ser complicado de pronunciar no Brasil, onde resido parte do ano, e tenho realizado longas digressões”.
Além de digressões no Brasil, onde foi distinguido com o Troféu Gonzagão, considerado o “Óscar da música do nordeste”, Mário de Braga disse à Lusa que tem previsto, também este ano, atuações em Espanha, Países Baixos, Alemanha, Japão e Coreia do Sul.
Mário de Braga foi um dos fundadores da tuna académica de Évora, ‘Seistetos’, e começou o seu percurso no programa televisivo “Chuva de Estrelas”, onde interpretou o tema “Burbujas de Amor”, de Juan Luis Guerra.
Devido ao facto de a sua família ser em parte espanhola, atuou “muitos anos em Espanha”, dando início ao espetáculo em português e espanhol que deu origem ao álbum “Sons Ibéricos”, que assinalou os seus 20 anos de carreira.
Depois continuou com “fado ao piano” e, neste âmbito, apresentou em 2007 “o único livro-CD que existe em Portugal sobre Fado ao Piano”, e que já levou “a mais de 30 países e 15 Estados do Brasil”.
Mário Moita nasceu em 1971 em Évora, no seio de uma família agrícola, tendo estudado na universidade local, onde se licenciou e pela qual é mestre em Zootécnica.
Estudou Piano no conservatório eborense desde cedo e nunca mais parou de tocar. Aprendeu o Fado ao Piano com o seu primeiro mestre, o pianista Fortunato Murteira, que lhe deixou o espólio de partituras de fados para piano (possui a primeira partitura do fado “Foi Deus”, entre outras).
A partir de 1999 começou os seus estudos em canto lírico com João Costa Campos e mais tarde com Rui de Matos.
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